Um block trade discreto, envolvendo ações da Cyrela, está gerando especulações de que Elie Horn, o controlador da empresa, estaria levantando dinheiro para investir no aumento de capital da CCP, a administradora de shoppings e imóveis comerciais que surgiu de um spinoff da Cyrela e também tem Elie como controlador.
Por intermédio do BTG Pactual, Elie vendeu ontem à tarde 17,5 milhões de ações ON da Cyrela a R$ 24,5 por ação. (Hoje, o papel negocia a R$ 24,1).
O leilão como um todo movimentou mais de R$ 600 milhões: começou com um lote de R$ 300 milhões de Elie, que aumentou sua oferta para R$ 430 milhões com a alta demanda. Outros investidores entraram e colocaram mais R$ 170 milhões à venda.
Ao todo, cerca de 6 % do capital da Cyrela trocaram de mãos.
“Eu acho que ele vendeu porque está caro,” diz um analista que acompanha as duas empresas. “Mas aplicar os recursos na CCP, ou pelo menos parte, pode fazer sentido.” (E, em se tratando de Elie, pode ser que o dinheiro esteja simplesmente indo para alguma causa nobre).
A CCP está no mercado com um follow-on de R$ 1 bilhão que mais se parece com um re-IPO, dado que a ação da empresa hoje tem baixíssima liquidez. O sindicato é liderado pelo Bradesco BBI e composto por BTG Pactual, XP, Itaú BBA, Morgan Stanley e Safra.
A oferta veio no mesmo dia em que outro nome do setor, a MRV Engenharia, estava pressionada por notícias relacionadas a um M&A.