Por trás de toda companhia conhecida por suas práticas ESG, há uma série de fornecedores de tecnologias e soluções que tornam aquele negócio possível.
Enxergando a oportunidade, a EB Capital está começando conversas com investidores para levantar R$ 1 bilhão para investir nestes ‘ESG enablers’ — um nicho ainda pouco explorado pelo private equity brasileiro.
O EB Capital Preferred Futures Fund I vai investir em 5 ou 6 companhias que operam temas como cidade sustentável, agricultura sustentável, reciclagem, trabalho do futuro, saúde inclusiva e gestão de resíduos sólidos.
O fundo — que está sendo estruturado há dois anos — já está em conversas avançadas com três alvos potenciais que devem consumir metade da capacidade do fundo.
“Da mesma forma que a tecnologia ‘disruptou’ a indústria, o verde também está forçando todos os negócios a se adaptar,” Luciana Ribeiro, a gestora do fundo, disse ao Brazil Journal. “O McDonald’s precisa rastrear a carne que coloca no hambúrguer. A Coca precisa resolver o problema das garrafas pet, e a JBS precisa garantir que vai chegar em carbono neutro.”
“E, para uma empresa virar ESG, ela vai ter que contratar ou comprar os serviços dessas companhias que vamos investir.”
A EB Capital pretende levantar um terço dos recursos com investidores institucionais do Brasil e do exterior; um terço com sócios da própria gestora e investidores próximos; e o restante no varejo, por meio de plataformas.
O prazo do fundo é de 10 anos: cinco para o investimento, cinco para as saídas. A EB Capital vai cobrar 2% de taxa de administração e 20% sobre o que exceder o IPCA+5%.
Eduardo Sirotsky Melzer, o co-fundador da EB Capital, disse que a gestora está tentando “subir a barra” dos investimentos ESG e mudar a forma como o private equity enxerga o ‘verde’.
“A retomada verde significa uma das maiores oportunidades de negócio do mundo neste momento. Nós achamos que ‘green is the new tech’,” disse.
O Preferred Futures é o quinto veículo da EB Capital, que já tem perto de R$ 3,5 bilhões divididos em investimentos como a EB Fibra (R$ 2 bi), a Loja do Mecânico (R$ 500 milhões), e um negócio de educação técnica (R$ 300 mi). Há ainda um fundo multiativos que investe nos outros veículos da casa e tem R$ 500 mi sob gestão.