O Grupo Decolar pagou US$ 15 milhões para ficar com a ViajaNet, uma das agências online de turismo líderes no Brasil, que só trabalha com passagens aéreas.

Essa é a quinta aquisição do grupo – “Despegar” em países de língua hispânica – nos últimos três anos e a terceira no Brasil.

“Nós temos um ‘plano Brasil’, o país já de maior relevância no negócio e que segue sendo prioridade,” Marcelo Grether, o head de M&A e novos negócios do grupo, disse ao Brazil Journal na sexta-feira.

O Brasil respondeu por 33% das vendas da empresa no ano passado; o segundo maior mercado foi o México, com 22%. A Decolar está em mais 18 países.

A marca ViajaNet será mantida e o time e vai trabalhar integrado à  Decolar. “É uma empresa com filosofia similar à nossa e mentalidade jovem. Após as últimas aquisições, notamos que é relevante manter as marcas, porque cada uma atende um perfil diferente de cliente,” disse Marcelo.

O pagamento da aquisição será feito em dinheiro: 60% no fechamento, 20% daí a 24 meses e os 20% restantes em 36 meses.  A ViajaNet faturou US$ 30 milhões em 2019, com 88% das reservas no B2C e o restante no B2B.

Também no Brasil, em março, a Decolar fechou a compra da startup Stays.net, voltada para a reserva de aluguéis por temporada; e em agosto de 2020 levou a Koin, de soluções de pagamentos digitais.

Antes disso,  comprou a chilena Viajes Falabella, com lojas no Chile, Peru, Colômbia e Argentina, em 2019; e em 2020, ficou com a Best Day Travel Group, player líder no México, que tem entre suas marcas a HotelDO, um canal B2B que opera também no Brasil e está crescendo por aqui.

Marcelo disse que a Decolar não vai perder a essência de ser uma empresa B2C e online, mas que também está se diversificando no B2B e em lojas físicas.

A Falabella foi adquirida com 80 lojas; a Best Day, com 120. “Já estamos operando 200 lojas, embora não com a nossa marca. Estamos crescendo nesse negócio, mas focados em fazer com que essas lojas tenham processos digitais,” disse Marcelo.

A Decolar  também está olhando oportunidades em lojas físicas no Brasil, além de outros negócios.

Marcelo espera que este seja um ano de recuperação do setor, depois de muitas más notícias e idas e vindas.

“Depois da omicron, começamos a ver a partir de março uma melhora na operação de toda a América Latina”, ele disse. Segundo ele, há mercados que estão melhores, como a Colômbia, ou o México, onde o ritmo não caiu tanto. E o Brasil vai caminhando para a recuperação a patamares pré-pandemia. “A volta das ofertas nos mercados internacionais também ajuda,” disse.

Apesar do otimismo, ele não arrisca dizer que a pandemia terminou. “Hoje o mais relevante é que o medo que as pessoas tinham de viajar e enfrentar problemas por conta da covid diminuiu muito.”