Em um acordo selado no fim de semana, o Governo Biden fez um relaxamento cirúrgico das sanções comerciais contra o ditador Nicolás Maduro e autorizou a Chevron a retomar a produção de petróleo na Venezuela e a importação para os EUA.
O avanço na negociação ocorreu depois que Maduro e uma frente de oposição – a Plataforma Unitária – concordaram em implementar um programa de ajuda humanitária estimado em US$ 3 bilhões e continuar o diálogo sobre a realização de eleições livres e justas em 2024.
A Casa Branca concedeu à Chevron uma licença que permite à companhia retomar a exploração de petróleo nas joint ventures que possui com a PDVSA, a estatal venezuelana do petróleo.
A licença emitida pelo Departamento do Tesouro significa a retomada das operações da petroleira californiana na Venezuela depois de um hiato de dez anos.
O aval, no entanto, proíbe a PDVSA de receber os lucros das vendas de petróleo da Chevron. Segundo o The Wall Street Journal, as autoridades disseram que os EUA estão preparados para revogar ou alterar a licença, que estará em vigor por seis meses, a qualquer momento se a Venezuela não respeitar os termos da negociação.
A Venezuela é dona das maiores reservas conhecidas de petróleo do mundo, mas a sua produção entrou em decadência ainda durante o governo do tirano Hugo Chávez. Atualmente, o país produz 700 mil barris por dia, comparado a 3 milhões/dia nos anos 90.
A falta de investimentos nos últimos anos vai dificultar a retomada, com analistas estimando que a produção poderá chegar a 1 milhão de barris diários nos próximos meses.
Os lucros obtidos pela Chevron com a retomada das operações serão usados para saldar a dívida de US$ 4,2 bilhões que a PDVSA tem com a companhia californiana. A licença também proíbe a Chevron de pagar impostos e royalties ao governo venezuelano.
Segundo o WSJ, fontes da Casa Branca disseram que a decisão de emitir a licença não foi uma resposta aos preços do petróleo, que têm sido uma grande preocupação para Biden nos últimos meses.
O escopo limitado da licença da Chevron é visto como uma forma de garantir que Maduro mantenha o curso das negociações, com a expectativa de mais alívio nas sanções.