O Assaí acaba de reportar um crescimento forte das vendas no primeiro trimestre, assim como uma melhora nas margens.
A receita líquida da empresa comandada por Belmiro Gomes avançou 14,1% para R$ 17,2 bilhões de janeiro a março – o consenso Refinitiv apontava para uma receita de R$ 17,4 bilhões.
O same-store sales veio com uma alta de 5,2% na comparação anual. Excluindo o efeito calendário (com um dia a mais em fevereiro e a Páscoa comemorada no primeiro tri), o crescimento foi de 3,4%.
“Como a inflação alimentar no período foi de 2,4% ao fim de março, o crescimento das vendas em mesmas lojas ficou acima da inflação,” o vice-presidente de finanças e relações com investidores Vitor Fagá disse ao Brazil Journal.
A receita bruta da companhia ficou em R$ 18,8 bilhões, alta de 13,6%. Para efeito de comparação, o Atacadão, o braço de cash & carry do Carrefour Brasil, teve um aumento de 6,6% na receita no mesmo período.
O crescimento do Assaí também veio acompanhado de uma melhora na rentabilidade.
O EBITDA bateu R$ 1,21 bilhão, alta de 28% na comparação anual. A margem EBITDA, por sua vez, subiu 0,8 ponto para 7,1%. O consenso Refinitiv apontava uma margem de 6,8%.
O lucro líquido, apesar de ter caído 16% na comparação anual para R$ 60 milhões, veio levemente acima do consenso, que era de R$ 55 milhões.
A alta na rentabilidade e a melhora na geração de caixa, segundo Fagá, deixou a empresa confortável em melhorar o guidance de alavancagem para o fim do ano de 3,5x para 3,2x.
No trimestre, a alavancagem do Assaí chegou a 3,75x (redução de 0,94x na comparação anual e de 0,05x na sequencial).
A geração de caixa operacional nos últimos doze meses aumentou 55% para R$ 4,8 bilhões.
Por outro lado, a geração de caixa livre (o que sobra depois da empresa fazer seu capex e pagar pelas lojas do Extra) ficou negativa em R$ 876 milhões.
Como a última parcela relacionada à compra dos hipermercados foi paga em janeiro, esse número deve melhorar nos próximos trimestres.
O CFO, que assumiu a posição em março substituindo Daniela Sabbag, tem como uma de suas principais missões melhorar o custo da dívida da companhia, que teve um impacto de R$ 1,8 bilhão nos últimos 12 meses.
Segundo ele, o primeiro passo já foi dado com a emissão de uma debênture em março de R$ 500 milhões a CDI + 1,25% – o custo médio da dívida do Assaí é de CDI + 1,47%.
Fagá também disse que outra prioridade de sua gestão frente a diretoria financeira é a de estruturar uma gama de serviços para PJs – algo que a empresa ainda não oferece, apesar de atender vários pequenos negócios.
“Temos um objetivo muito claro de ampliar esses serviços, que aumentam a fidelidade e a frequência de compra dos clientes,” disse ele.
Para 2024, o Assaí segue com o plano de abrir menos lojas do que no ano passado. Foram 4 aberturas no primeiro tri, e o total no ano não deve passar de 15. (Em 2023, o Assaí abriu 27 lojas.)