A Amazon Brasil acaba de anunciar o desligamento de Daniel Mazini, seu country manager no Brasil desde 2021.
O comunicado da saída foi enviado aos funcionários da Amazon no País nesta segunda-feira. A empresa ainda não comunicou quem será o seu substituto.
Mazini era um veterano da Amazon: sua primeira experiência na companhia de Jeff Bezos foi em 2009, quando ingressou na operação britânica.
Depois de cinco anos ocupando posições em Londres e Seattle, Mazini veio para o Brasil assumir o comando do negócio de livros. Em 2019, quando a empresa intensificou seus investimentos no Brasil, tornou-se o head de varejo no País.
Mazini saiu da Amazon no ano seguinte para se juntar ao Neon como chief product officer. Mas apenas 11 meses depois, em maio de 2021, voltou para a Amazon para assumir como country manager após a saída de Alex Szapiro para o Softbank.
Apesar de muita expectativa, a Amazon nunca chegou a ter no Brasil a dominância que o mercado esperava.
“O problema da Amazon no Brasil tem nome e sobrenome: Mercado Livre,” uma fonte do setor disse ao Brazil Journal. “Sinto que eles subestimaram o poder do MELI.”
Não dá para dizer que foi uma aposta pequena. A empresa não divulga os números da operação local, mas em seu relatório “Os impactos da Amazon no Brasil”, afirma ter investido R$ 30 bilhões no País desde 2011.
Já o Mercado Livre, somente em 2024, investiu R$ 23 bilhões no Brasil – um número 21% maior do que no ano anterior.
“A AWS vem crescendo, mas a parte do varejo ainda precisa de punch,” disse. “Ainda há muitas dúvidas do porquê a Amazon não acelerar mais no Brasil.”
Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail, nota que a Amazon está brigando pela terceira posição em GMV, atrás do Mercado Livre e do Magalu.
“Não vejo o Mercado Livre tendo a liderança ameaçada, mas continuo vendo a Amazon crescendo consistentemente,” disse. “Mas é muito difícil fazer previsões num mercado como esse.”