A ideia de fazer vídeos era parte do projeto do Brazil Journal desde que comecei o site em meados de 2016.
 
Mas em vez da entrevista convencional, em que entrevistador e entrevistado se sentam lado a lado e a câmera viaja apenas de um para o outro, minha ideia era fazer vídeos diferentes. Queria acompanhar o personagem ao longo de um dia (ou mais), mostrando o ‘lado humano’ que raramente aparece nas teleconferências de resultado e nas matérias de jornal — enquanto, claro, conversamos sobre a história da empresa, suas oportunidades e desafios.   
Faltava encontrar um personagem disposto a nos dar o acesso, e fazê-lo sem limitações. Só assim o vídeo refletiria a vida como ela é.  Mais: era preciso alguém que não quisesse ‘controlar a narrativa’, que entendesse a importância de ser espontâneo.

À primeira vista, José Galló não me parecia o candidato ideal. Pensei: “Para conseguir comandar uma empresa do porte da Renner, o cara deve ser um perfeccionista, um detalhista, quem sabe até um ‘control freak’, e não vai nos deixar trabalhar…”  

Expliquei a proposta e, felizmente, Galló também aceitou tomar o risco.

Reuni a equipe da Bambalaio — um coletivo de vídeo que já fez ótimos trabalhos para a Piauí — e, com três câmeras na mão (e a ideia de comer um churrasco na cabeça), desembarcamos em Porto Alegre na tarde do dia 3 de dezembro. 

No dia seguinte, encontramos Galló às 7:30 em sua casa.  Colocamos um microfone em sua lapela e passamos a acompanhar seu dia de trabalho.

Olhando de fora, o CEO da Renner tem cara de durão, e um sorriso seu pode ser raro.

Mas o Galló que emergiu ao longo daquele dia é um sujeito sensível, bem humorado, reflexivo… e que sabe exatamente o que quer para sua empresa e sua vida.

O título do filme deu a muita gente a impressão de que se trata de uma série sobre o varejo. Temos, sim, outros personagens do varejo em mente, mas o título se refere a outra coisa: Galló costuma dizer que os funcionários da Renner são os ‘heróis’ da empresa.

O filme que estamos colocando no ar hoje é o primeiro do que, espero, será uma série.  

Dizem que o brasileiro ‘não perdoa o sucesso’: ao contrário dos EUA, nossa sociedade não comemora o sucesso material, e a vida empresarial é cercada por mistificação e preconceitos.

 
A despeito disto, nos últimos anos, nossa cultura está sendo oxigenada pela ideia de empreendedorismo, e a tecnologia está democratizando o investimento na Bolsa.  

Existe demanda por mais conteúdo de qualidade sobre o mundo dos negócios, uma sede por saber mais sobre as empresas, suas estratégias e lideranças.

Com nosso trabalho diário e com filmes como este, o Brazil Journal quer ajudar na construção de um novo olhar sobre o capitalismo brasileiro.

 
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O Brazil Journal agradece à Iguatemi Shopping Centers, à JHSF e ao Credit Suisse por terem viabilizado este projeto.