A Uniasselvi vai registrar na SEC uma oferta de ações entre US$ 400 milhões e US$ 500 milhões, num IPO que listará a maior companhia brasileira de ensino à distância numa Bolsa americana, fontes próximas à transação disseram ao Brazil Journal.
Além de levantar recursos para a abertura de novos polos e aquisições, a oferta também permitirá uma saída parcial dos três fundos de private equity que controlam a companhia.
Carlyle, Vinci Partners e Neuberger Berman são donos respectivamente de 37,5%, 37,5% e 25% da Uniasselvi, e devem manter a maior parte de suas participações depois da oferta.
A companhia ainda não decidiu entre a Nasdaq e a NYSE para a listagem.
Quando Vinci e Carlyle compraram a Uniasselvi há quatro anos, a empresa tinha apenas 48 polos e R$ 280 milhões de receita líquida.
No ano passado, a receita líquida foi de R$ 450 milhões — o número já desconta os repasses aos donos dos polos franqueados.
Desde a entrada dos fundos, a Uniasselvi abriu cerca de 130 polos por ano e hoje tem 250 mil alunos em 600 polos. A companhia deve mostrar aos investidores um crescimento já contratado — já que um polo demora de três a quatro anos para maturar — bem como potencial de expansão num país com 5.500 municípios.
A empresa usa um modelo semi-presencial em que os alunos vão ao polo uma vez por semana para interagir com um professor — tipicamente um generalista com pós-graduação que age como tutor.
A Uniasselvi foi um carveout da Kroton, que precisou vender a marca depois de sua fusão com a Anhanguera. À época, o CADE viu concentração de mercado no segmento de EAD e determinou a venda de uma das marcas de EAD da companhia: a Unopar, a Uniasselvi ou a própria Anhanguera.
Os cooredenadores da oferta — Goldman Sachs, Morgan Stanley e Bank of America — devem comparar a Uniasselvi com peers como a Chegg, uma empresa de conteúdo americana que se reprecificou com a pandemia, a LTG (que oferece ensino à distância no UK), e as brasileiras Afya e Vasta (ainda que estejam longe de ser comparações perfeitas).