O Itaú Unibanco está estudando distribuir sua participação na XP aos seus acionistas, pondo fim ao conflito de interesses aparente criado pela concorrência entre as duas casas.
O Itaú disse que sua análise sobre uma eventual cisão está em estágio avançado.
A transação consistiria em cindir a maior parte de sua participação na XP (41,05% dos 46,05%) em uma nova sociedade (“Newco”), cujas ações, negociadas em bolsa, seriam distribuídas a seus acionistas — que decidiriam então se vendem ou mantém sua posição.
A Newco passaria a ser parte do acordo de acionistas da XP.
Em junho, o Brazil Journal discutiu as vantagens de uma operação deste tipo: “A forma mais inteligente de operacionalizar o divórcio: em vez de vender sua participação na XP no mercado, gerando um imposto sobre ganho de capital brutal, o Itaú poderia fazer o spinoff da posição, dando a cada acionista de ITUB4 um BDR lastreado nas ações da XP. A preços de hoje, um dividendo in kind de mais de R$ 62 bilhões.”
O artigo completo está aqui.
A decisão deve calar a boca dos céticos que diziam que a briga pública entre as duas instituições em meados deste ano era apenas uma jogada de marketing ensaiada.
O Itaú disse que, se decidir seguir adiante com a cisão, ela não será concretizada este ano.
O banco disse que também considera vender uma parte pequena de suas ações na XP (5%), monetizando parte de um dos investimentos mais bem-sucedidos da história recente e aumentando seu índice de Basileia num momento em que os bancões têm feito grandes provisões contra devedores duvidosos na covid.
Em 2017, o Itaú pagou R$ 6 bilhões por 49% da XP. Para efeito de comparação, apenas os 5% que o banco pretende vender valem hoje cerca de US$ 1,2 bilhão, ou R$ 6,8 bilhões.
“Referida venda, se concretizada, e a depender das condições aplicáveis de mercado, poderá ser realizada por meio de uma ou mais ofertas públicas realizadas na Nasdaq ou em qualquer outra bolsa de valores na qual a XP tenha suas ações ou certificados de suas ações listados,” o Itaú disse num fato relevante agora há pouco.