A Latam levantou US$ 1,4 bilhão com a emissão de um bond de cinco anos que será usado para pré-pagar dívidas, alongando o prazo e reduzindo custos.
A emissão saiu a um yield de 7,857%, uma redução em relação às conversas iniciais de preço. Quando anunciou a oferta, hoje de manhã, a companhia havia sinalizado uma taxa de ‘low-to-mid 8%’ — algo em torno de 8,25% a 8,5%.
“No pico do bookbuilding a demanda foi de US$ 7,4 bilhões,” disse uma fonte envolvida na operação. “A companhia imaginava levantar US$ 1,2 bilhão, mas dada a demanda e o nível de preço que conseguiu, decidiu aumentar o volume em US$ 200 milhões.”
A transação teve 270 investidores — entre hedge funds, fundos de crédito, seguradoras e fundos de pensão — e 15 ordens de mais de US$ 100 milhões.
“No preço final, o book deu uma reduzida, mas ninguém pulou fora por isso. Pelo contrário, alguns fundos tiveram que ficar de fora porque não tinha mais espaço,” disse a fonte.
A Latam vai usar os recursos para pré-pagar dívidas, incluindo um term loan facility que vence em 2027 e que tinha um custo muito maior, de duplo dígito.
Essa é a primeira vez que a Latam acessa o mercado internacional de dívida desde que saiu do Chapter 11, em 2022.
De lá para cá, a companhia passou por uma melhora operacional relevante. No primeiro semestre deste ano, a Latam teve um lucro líquido de cerca de US$ 400 milhões, em comparação a um prejuízo de quase US$ 1 bilhão no mesmo período de 2022.
O sucesso da oferta vem em meio a uma demanda cavalar por yield no mercado internacional, ajudada pelo início do ciclo de cortes de juros do Fed e pelo fato dos fundos de crédito estarem com o caixa cheio, e buscando alocar antes das eleições americanas.
No mês passado, diversas empresas brasileiras se aproveitaram dessa janela, incluindo a Eletrobras, a Petrobras e a Suzano.
“Com o início do ciclo de corte de juros, o perfil de curva de juros americana também mudou, o que tem ajudado,” disse uma fonte. “Antes a curva de curto prazo estava maior que a de longo. Então não fazia sentido tomar risco. Com o corte, a curva longa voltou a ficar mais alta que a curta.”
Os coordenadores da oferta foram o Citi (líder), Santander, JP Morgan e Deutsche Bank.