A XP Asset está pedindo autorização à CVM para lançar um ‘fundo de fundos’ focado em investimentos alternativos como private equity e venture capital.
A gestora planeja captar R$ 1 bilhão para o fundo, o primeiro deste tipo destinado ao investidor de varejo. O fundo terá prazo de 10 anos, com 4 de investimento, e o tíquete mínimo será de R$ 50 mil.
O XP Selection Alternativo é um FIP multiestratégia e será gerido por Jorge Lange, que chegou à XP em outubro depois de anos na indústria de private equity, com passagens pela Victoria Capital e Partners Group, onde participou dos investimentos na Arcos Dourados e Centauro.
Produtos deste tipo hoje só são acessíveis a investidores profissionais — definidos pela CVM como aqueles com mais de R$ 10 milhões em investimentos financeiros — mas o Selection estará disponível para investidores qualificados, aqueles com mais de R$ 1 milhão.
O Selection vai comprar cotas de fundos em emissões primárias, aproveitar oportunidades no mercado secundário de cotas, bem como fazer co-investimentos com gestores do segmento. O fundo vai investir primariamente em private equity, e majoritariamente em fundos brasileiros (até 20% da alocação será em gestores internacionais). As estratégias atravessam o espectro da vida de uma empresa: fundos de venture, growth, buyout e turnaround.
O fundo vai buscar uma rentabilidade alvo de IPCA+20% ao ano. A taxa de administração é de 1,25% ao ano nos primeiros quatro anos e depois cai 0,2 ponto percentual a cada ano. A taxa de performance será de 10% sobre o retorno excedente a IPCA+7%.
No mundo todo, grandes investidores institucionais alocam uma parte significativa de seus portfólios em PE/VC, em muitos casos aplicando em fundos de fundos. Na CPP Investments, do Canadá, cerca de 25% do portfólio estão nestes ativos alternativos; no endowment de Yale, 37%.
O mercado global de ‘fundos de fundos’ para PE/VC soma mais de US$ 400 bilhões; no Brasil, ele é de apenas R$ 3 bilhões, concentrados em duas gestoras: a Spectra e a Signal Capital (antiga Hamilton Lane). Ambas, no entanto, focam em investidores profissionais como fundos de pensão e family offices.