Oito profissionais da mesa de operações de renda variável da Ativa Investimentos – incluindo três sócios importantes – estão deixando a tradicional corretora carioca para criar um escritório de agentes autônomos vinculado à XP.

Os sócios são Rodrigo Rocha (que estava há 15 anos na Ativa), Marcelo Morgado (14 anos) e Bernardo Tocantins (5 anos), que pediram demissão ontem na corretora. 

“Praticamente a mesa de operações inteira de varejo do Rio saiu. Se sobrou alguém foi um ou dois estagiários que eles não quiseram levar,” disse uma fonte a par do assunto.

A Ativa tem cerca de R$ 7 bilhões sob custódia hoje, dos quais R$ 2 bi estão em renda variável, debaixo do guarda-chuva dos sócios que estão saindo. A Ativa tem outros 50 profissionais na mesa institucional. 

Para a XP, parte importante do atrativo da transação foi o capital humano, mas a expectativa é que eles consigam levar uma parcela relevante desse valor para a nova casa. 

Em wealth, a migração é normalmente de uns 20% a 40% do total da carteira. Em renda variável, o percentual tende a ser muito mais expressivo, de uns 60% a 70%, porque é mais simples migrar as ações de uma corretora para a outra. 

“Em wealth às vezes tem um fundo exclusivo, ativos que são mais complicados de migrar…,” disse uma fonte próxima aos executivos que estão saindo.

O novo escritório – que ainda não tem nome – deve começar a operar em janeiro. As negociações entre a XP e os executivos começaram há mais de um ano e foram lideradas por Caio Raiza, o head de novos negócios da XP. 

A corretora de Guilherme Benchimol chegou a tentar contratar os executivos para trabalhar diretamente dentro da XP, “mas a conta do agente autônomo, principalmente para o negócio de ações, acaba fazendo muito mais sentido do que ser CLT,” disse a fonte. 

O movimento é o mais recente de uma série de transações semelhantes que a XP tem feito nos últimos anos envolvendo principalmente executivos de bancos. 

Há dois meses, a corretora fechou um acordo com Carlos Kawall, o ex-economista chefe do Safra, para criar uma nova gestora – a Oriz – na qual a XP será sócia minoritária.

A Ativa disse ao Brazil Journal que os três sócios que saíram “não eram sócios relevantes da corretora”, e que a saída foi de seis pessoas e não de oito. 

A empresa disse ainda que eles eram apenas da mesa de operações de varejo, não cuidavam das contas institucionais, e que todos já foram substituídos.