A Viveo precificou seu follow-on a R$ 21,21, levantando recursos que vão ajudar a distribuidora de insumos médicos a melhorar sua estrutura de capital e se preparar para novos M&As.

O preço é um desconto de cerca de 3% em relação a onde o papel negociava quando a oferta foi anunciada, em 20 de julho. 

A demanda foi de R$ 3 bilhões em vários níveis de preço e veio de mais de 50 investidores, segundo uma fonte a par do assunto. 

Na oferta-base, a Viveo levantou R$ 800 milhões com a venda de 36,6 milhões de novas ações. 

No final, a DNA Capital — até agora o controlador da companhia — decidiu exercer 75% do hot issue, vendendo R$ 400 milhões e elevando a oferta total para R$ 1,2 bilhão. 

Com a oferta, a DNA reduziu sua participação na Viveo de 58% para 44% do capital. Apenas cotistas da gestora venderam o papel na oferta, com a família Bueno e executivos da DNA mantendo suas posições, segundo a pessoa a par do assunto.

A Dynamo, que já era acionista da Viveo com 5,5% do capital, investiu mais do que a oferta prioritária, elevando sua participação para entre 6% e 7% e dando um voto de confiança na companhia que ajudou a atrair novos investidores.

Já o GIC — que ancorou o IPO da Viveo em 2021 e dobrou sua participação com compras no mercado desde então — manteve sua participação em torno de 14% do capital. 

Dois terços da oferta vieram de investidores brasileiros e o restante de gestoras internacionais. Fundos long only dominaram o book (66%), e o outro terço veio de hedge funds, cujo perfil é mais de curto prazo mas contribuem para a liquidez do papel. 

Com a oferta secundária, a Viveo espera que sua liquidez passe dos atuais R$ 4-5 milhões por dia para cerca de R$ 30 milhões/dia. 

“Eles entregaram muito resultado desde o IPO, com vários M&As e uma melhora expressiva na margem que fez o EBITDA triplicar,” disse uma fonte envolvida na oferta. “Mas em função da baixa liquidez esse crescimento nunca se refletiu na ação. Eles entenderam que enquanto não houvesse mais liquidez, o papel não ia andar.”

Os recursos da primária vão melhorar a estrutura de capital da companhia e deixá-la pronta para novos M&As. No roadshow, uma das principais perguntas dos investidores foi sobre uma potencial fusão com a Elfa, a distribuidora de insumos médicos controlada pelo Pátria e que recentemente foi objeto de um aumento de capital de R$ 620 milhões.

Dado o tamanho das duas empresas e as sinergias potenciais, a fusão faria muito sentido, mas fontes próximas à Viveo dizem que ainda não há negociações em curso.

A companhia disse no roadshow que tem um pipeline robusto de companhias que poderiam ser adquiridas, inclusive em setores em que ela não atua hoje. 

O follow-on é o primeiro da Viveo desde o IPO há dois anos, quando a companhia levantou R$ 700 milhões a R$ 19,92/ação e foi avaliada em R$ 5,5 bilhões.

Desde o IPO, a Viveo fez 17 aquisições, desembolsando cerca de R$ 2 bilhões. O CEO Leonardo Byrro tem dito ao mercado que 2023 será um ano com foco em integrações e captura de sinergias – e que projeta entregar sinergias de EBITDA de R$ 111 milhões entre este ano e o ano que vem.