O Itaú Unibanco vendeu hoje à tarde 10 milhões de ações da XP, o equivalente a 1,89% do capital da corretora.
A venda saiu a US$ 22,18 — um desconto de 2,7% em relação ao preço de tela — e movimentou US$ 221 milhões.
A venda foi desenhada para que a participação do banco na XP caísse abaixo de 10% do capital da corretora.
Antes do bloco, o banco tinha 10,54% da XP; agora tem 8,65%.
Depois de distribuir todas as suas ações da XP a seus acionistas em outubro de 2021, o Itaú teve que exercer uma obrigação contratual do investimento inicial que fez na corretora em 2017 — o que o forçou a comprar 11,3% da XP em abril do ano passado.
Logo em seguida, o banco vendeu cerca de 1,5% do capital para que sua participação caísse abaixo de 10% — um nível que, pelas regras da Basileia, toma capital regulatório do banco.
Mas mesmo ficando parado, o Itaú voltou acima dos 10%. Como a XP recomprou e cancelou ações, isso voltou a aumentar a participação do banco de forma passiva, o que provocou a venda de hoje.
O Itaú não pretende fazer novas vendas no curto prazo, uma pessoa familiarizada com os planos do banco disse ao Brazil Journal.
Ao reduzir a participação para 8,65% do capital, o banco já criou gordura para que novas recompras e cancelamentos da XP não elevem sua participação de novo acima de 10%.
A transação foi intermediada pela corretora Itaú BBA.