A Stone está implementando uma reorganização em seu organograma — um movimento desenhado para aumentar a centralidade do cliente e ajudar a companhia a implementar sua visão de ter uma oferta integrada de soluções. 

A primeira mudança é na liderança da vertical de serviços financeiros. Até agora, esse negócio era liderado por um COO (Caio Fiuza), que se reportava ao CEO Pedro Zinner. Debaixo dele, ficavam os heads de cada segmento: microempreendedores, PMEs e key accounts. 

10679 25c6b66e 4734 0f6b 2ba1 ffccfd6e5f96Agora, o cargo de COO de serviços financeiros está sendo extinto e os líderes de cada segmento vão se reportar diretamente a Zinner.

“Isso vai permitir olhar de forma mais granular cada segmento,” Zinner disse ao Brazil Journal. “A nossa ideia é ter o accountability do P&L por segmento de clientes, e não mais por produto.”

Segundo ele, isso está dentro do conceito de ‘bundle’ que a companhia quer implementar, passando a fazer uma oferta conjunta ao cliente, e não produto a produto. “Para isso, temos que alinhar os incentivos da forma correta,” disse o CEO.

Com a reorganização, Victor Lino será o responsável pelo segmento de microempreendedores, e Mateus Biselli, pelo de PMEs — um cargo que terá o nome de chief client officer. Ambos estão há mais de cinco anos na companhia.

A Stone também mudou o seu COO de software, promovendo Sandro Bassili para substituir Gilsinei Hansen, que deixará a empresa no final do ano que vem. Sandro era o head de gente e gestão da companhia e, além da área de software, será o head de key accounts para o segmento financeiro. 

Outra mudança será dar mais relevância ao cargo de CTO. Até agora, o CTO da Stone, Marcus Fontoura, se reportava ao CIO da empresa, João Bernartt (que também era responsável por produto e plataforma). João, por sua vez, se reportava a Zinner.

Agora, o CTO se reportará diretamente ao CEO, e o CIO será responsável apenas por produtos, plataformas e novos negócios. 

A Stone também contratou Fabio Kapitanovas para um novo cargo que está sendo criado agora, de chief of people and operating officer. Nessa função, Fabio será responsável por gente e gestão, a operação logística e o relacionamento com o cliente. O executivo trabalhou os últimos três anos na Kraft Heinz e antes passou dois anos na Anheuser-Busch Inbev — sempre com foco em supply chain e operações.

Lia Matos, a atual chief strategy officer, acumulará a liderança da área de marketing. A Stone também disse que Carolina da Costa vai liderar suas iniciativas de impacto e sustentabilidade. Com 22 anos de experiência em projetos de impacto na educação, saúde e gestão de ativos, Carolina foi responsável pelos cursos de graduação do Insper e tem passagens pelo Hospital Oswaldo Cruz e a Mauá Capital.

As mudanças acontecem seis meses depois de Zinner assumir o comando da Stone e num momento em que a empresa está redesenhando sua estratégia de longo prazo. 

A companhia está lutando para ter a ‘principalidade’ do cliente, oferecendo todas as soluções que seus usuários precisam para tocar o dia-a-dia do negócio. “Isso passa por pagamentos, banking, capital de giro e um software que complementa a oferta de serviços,” disse Lia. 

A visão da Stone é que a adquirência sozinha está cada vez mais se tornando uma commodity e que, para fidelizar e conquistar novos clientes, ela precisará oferecer outras soluções que criem um diferencial. 

Dentro dessa estratégia, um dos aspectos centrais será a integração da plataforma financeira (as maquininhas, banking e crédito) com a operação de software. Desde que a Stone comprou a Linx em 2020, essa tem sido uma das principais cobranças do mercado.

Zinner disse que isso já está sendo feito em alguns segmentos específicos. Nos postos de combustível, por exemplo, onde a Linx tem uma penetração grande, a Stone começou há cerca de um mês a fazer uma oferta conjunta de software e pagamentos — instalando o software de PDV nas maquininhas. 

“Isso gera uma proposta de valor maior, porque está tudo integrado, e resolve alguns problemas como aquelas fraudes de troca de maquininha,” disse Zinner. “Os indicadores iniciais de vendas têm sido super positivos.”