9 de jun, 2024
Com a inteligência artificial cada vez mais eficiente e sofisticada, ter ideias e saber fazer perguntas torna-se uma habilidade essencial na busca por conhecimento, diz Pedro Burgos, coordenador do curso de comunicação e jornalismo do Insper. A IA, diz, é como a calculadora da linguagem.
Neste episódio de Lado B, o professor fala do impacto da IA em diferentes setores da economia e exemplifica com o caso do jornalismo. “No momento zero, todos os jornalistas foram promovidos de repórteres para editores”. Como as máquinas podem escrever textos e até montar a estrutura de reportagens, o diferencial está com quem é capaz de ter ideias originais e formatá-las. “É um método sanduíche de construção de conhecimento. Você tem a ideia, a inteligência junta as coisas e você edita de novo.”
Para Burgos, que é jornalista e programador, saber programar é menos importante do que já foi: hoje, é mais relevante dominar a linguagem e entender o “pensamento computacional”. “Entra uma questão de ter pensamento crítico, raciocínio lógico e capacidade de ser cético no momento certo”, diz ele, que foi pesquisador visitante na School of International and Public Affairs da Universidade de Columbia.
Contrário à regulamentação das redes sociais, Burgos não acredita que regular o uso vá acabar com a oferta de fake news. “Temos de encontrar formas mais complexas de reduzir a demanda por esse tipo de notícia. Precisamos entender por que as pessoas aceitam ou não o discurso de determinados atores, por que alguns argumentos são mais fortes que outros.”
