18 de dez, 2024
Esperar por um “salvador da Pátria” é uma tradição brasileira, mas não é a história dos países que deram certo, afirma o economista Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo. “Na hora em que o brasileiro tomar consciência do mundo de privilégios que está pendurado no orçamento da União, dos estados e municípios, teremos uma virada de jogo,” diz ele neste episódio de Lado B. “O Brasil precisa de uma sociedade civil ativa para avançar.”
Na sua visão, o País tem recursos e capacidade para se tornar referência global em energia limpa e sustentabilidade, mas precisa enfrentar privilégios no orçamento público para transformar esse potencial em empregos e oportunidades reais.
À frente do governo do Espírito Santo por três mandatos (2003-2010 e 2015-2018), Hartung relembra os desafios enfrentados ao assumir o estado em colapso no início de seu primeiro governo. O cenário de 2003 era crítico: uma dívida de curto prazo equivalente a quatro receitas brutas do Estado e uma arrecadação devastada.
A recuperação veio com ajustes nas despesas e receitas, apoio da sociedade e diálogo estratégico com o governo federal. “Governar é uma maratona, não uma corrida de 100 metros. Se você tiver coragem de queimar algum capital político no início da gestão para fazer o que é certo, o tempo trará os resultados.”
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