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Gustavo Loyola: ‘Arcabouço adiou crise mas não mudou juro de equilíbrio’

11 de jul, 2023

O novo arcabouço para as contas públicas e outras medidas de equilíbrio das finanças do Governo adiaram o risco de uma crise fiscal, mas não o eliminaram. É o que afirma o economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central e sócio da Tendências Consultoria Integrada.

“Se esse arcabouço for cumprido, não haverá uma explosão da dívida. Mas a questão das despesas obrigatórias permanece,” diz Loyola.

Em sua avaliação, o Governo tem pouca margem para administrar os gastos, o que torna difícil o atendimento dos serviços em áreas não protegidas pelas vinculações orçamentárias.

Segundo Loyola, os ajustes parciais e paliativos reduzem as chances de uma crise aguda, mas a questão fiscal permanece como um problema crônico, com reflexo nas taxas de juros. “Nenhuma das medidas teve até agora o condão de mudar o juro de equilíbrio.”

Sobre a reforma tributária, Loyola diz que “não é a ideal, mas deverá favorecer a produtividade,” porque, segundo o economista, “deve retirar o peso sobre a indústria e reequilibrar a carga.”

Com relação ao Banco Central, Loyola afirma que a instituição está hoje mais blindada contra a influência política do que no passado. Mas a adoção da meta contínua poderá aumentar as pressões para que a convergência da inflação em direção ao alvo seja feita num prazo mais alongado.

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