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Gabriel Azevedo: “O Brasil não tem gentrificação — tem abandono”

5 de nov, 2025

“Quando descobri que Belo Horizonte tinha sido uma cidade planejada, criança ainda, soube o que queria fazer da vida.”

Gabriel Azevedo, 39 anos, professor de direito constitucional e ex-presidente da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, fala de urbanismo como quem fala de vocação.

“A essência da política é cuidar das pessoas, das cidades, algo que nem sempre é valorizado,” disse ele neste episódio de Lado B – que contou com a presença do jornalista e escritor Raul Juste Lores. Dias depois da gravação deste episódio, o MDB lançou Azevedo como candidato para disputar o governo de Minas Gerais nas eleições de 2026.

Neste entrevista, o ex-vereador, que também é mestre em cidades pela London School of Economics, criticou o “encanto” com o Plano Diretor. “99% dos vereadores não entendem de urbanismo e são comprados pelo prefeito para votar o que ele quer, com muita influência do mercado imobiliário e de visões antigas. E aí esse Plano Diretor está no papel, mas o planejamento não ocorre.”

Defensor do adensamento urbano, Azevedo lembra o conselho que ouviu de um professor em Londres: “Se você sair daqui aprendendo que adensamento é bom, já cumprimos nosso papel.”

Para ele, o problema de muitas cidades não é a gentrificação – um processo em que a valorização de bairros atrai pessoas de renda mais alta e afasta os moradores antigos –, mas o abandono. “As pessoas simplesmente foram embora.”

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