O Nubank está levantando US$ 400 milhões numa rodada que avalia a fintech em mais de US$ 10 bilhões — um valuation que vai deixar os entusiastas perplexos e os céticos, indignados.
A informação foi publicada quinta à noite pelo The Wall Street Journal, citando pessoas a par do assunto.
Os números reportados marcam uma escalada quase exponencial do valor da startup num período de apenas um ano e meio.
Em 2018, o Nubank fez duas rodadas. Em fevereiro, a DST e a Sequoia lideraram uma captação de US$ 150 milhões que avaliou a companhia em US$ 2 bi. Em outubro, a Tencent tornou-se acionista numa rodada de US$ 180 milhões que avaliou o Nubank em US$ 4 bi. (Metade da rodada foi para o caixa da companhia, enquanto a outra metade deu saída a acionistas.)
Na época, o fundador David Veléz disse ao TechCrunch que a startup não precisava de capital, mas fez a rodada apenas por ver muito valor em se associar à Tencent.
A rodada de outubro fez do Nubank a empresa de tecnologia não-listada em Bolsa mais valiosa da América Latina, uma posição que será mantida se a nova rodada for confirmada, de acordo com o PitchBook.
Segundo o WSJ, a TCV — uma gestora da Califórnia que já investiu na Expedia, Dollar Shave Club e no AirBnB, entre outros — deve liderar a captação, que também contará com um cheque do GIC, o fundo soberano de Singapura. Os atuais investidores do Nubank também devem acompanhar a rodada.
A notícia vem quase dois meses depois que a Reuters reportou que o Nubank estava em conversas com o Softbank sobre um possível investimento, mas os dois lados não chegaram a um acordo sobre quanto vale a empresa.
O Nubank lançou seu cartão de crédito sem taxas em 2014. A companhia gera receita com as taxas cobradas dos lojistas e os saldos devedores financiados no cartão.
Há um mês, o Nubank anunciou ter chegado à marca de 10 milhões de clientes, 7 milhões dos quais são usuários da NuConta, que, além de ser conta corrente, dá acesso a débito, empréstimo pessoal e investimento em títulos do próprio banco.
A notícia sobre a rodada vem no momento em que o Banco Inter — hoje o único banco digital listado em Bolsa — está em meio a uma oferta de ações para captar R$ 1 bilhão para suportar seu crescimento. Com 2,5 milhões de correntistas e crescendo mais de 10 mil contas por dia útil, o Inter valia R$ 8,5 bilhões no fechamento de ontem na B3.
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