O N26, o banco digital alemão que deve entrar em breve no Brasil, acaba de levantar mais US$ 170 milhões com seus atuais acionistas.
A rodada, que avaliou a fintech em US$ 3,5 bilhões, teve a participação da chinesa Tencent, do GIC — o fundo soberano de Singapura — e da Valar Ventures, a gestora de Peter Thiel.
A nova injeção de caixa vem apenas seis meses depois que o N26 já havia levantado outros US$ 300 milhões a um valuation de US$ 2,7 bilhões.
Detalhe: o N26 ainda não atingiu o breakeven e seu fundador diz não estar preocupado com isso.
“Para ser sincero, a lucratividade não é uma das nossas principais métricas,” Tayenthal disse ao Financial Times. “Queremos construir uma companhia global de serviços financeiros… e nos próximos anos não teremos lucro, não estamos com o objetivo de dar lucro.”
Tem mais: “A boa notícia é que temos um monte de investidores que têm bolsos fundos, que compartilham da nossa visão e que estão dispostos a suportar a empresa por mais muitos e muitos anos.”
Os novos recursos serão usados para acelerar a expansão nos Estados Unidos, onde a fintech estreou na semana passada e já tem mais de 100 mil clientes na lista de espera, e para entrar em novos mercados, incluindo o Brasil, onde a empresa vem cadastrando consumidores.
Fundado em 2015 por Maximilian Tayenthal, um consultor alemão que trabalhou em empresas como Booz & Company e CMS, e pelo austríaco Valentin Stalf, o N26 já é a maior fintech alemã e uma das maiores da Europa.
São 3,5 milhões de clientes que fazem mais de 16 milhões de transações por mês, movimentando perto de € 2 bilhões. A fintech está abrindo 10 mil contas por dia e adicionou 1,5 milhão de novos clientes só nos últimos oito meses.
(Para efeito de comparação, o Banco Inter tem 2,5 milhões de clientes e também abriu 10 mil contas por dia útil no segundo trimestre deste ano).
O N26 diz que pretende chegar a 50 milhões de consumidores nos próximos anos.
A conta digital do N26 se parece com a de outras fintechs: o cliente se cadastra pelo aplicativo, faz transferências sem tarifas e tem direito a um cartão de crédito que pode ser controlado pelo app. Um dos diferenciais é a possibilidade de fazer transferências internacionais sem a cobrança de taxas.