Nem o corte de 50% nos dividendos da Anheuser-Busch Inbev adiantou.

Com as economias emergentes crescendo menos que o esperado e as suas moedas em franca desvalorização, a Moody’s cortou a nota de crédito da empresa de A3 para Baa1 – ainda dentro do grau de investimento, mas agora com qualidade intermediária.

A agência já havia colocado o rating em revisão para possível rebaixamento no começo de outubro e concluiu hoje o processo.

O corte vem num momento em que a ação da ABI negocia no preço mais baixo dos últimos cinco anos e enquanto o CEO Carlos Brito tenta estabilizar o balanço. A compra da SAB Miller, em 2016, levou a dívida da companhia para um patamar superior a US$ 100 bilhões.

A Moody’s afasta preocupações com a liquidez e reforça os bons fundamentos da companhia, mas afirma que o processo de desalavancagem está abaixo das expectativas originais por conta da macroeconomia. “O crescimento abaixo do PIB dos países emergentes nos próximos 12 a 18 meses deve continuar a ser vento contrário”, pontua a agência.

A estimativa é que o endividamento, hoje em 5 vezes o EBITDA, caia para 4 vezes ao fim de 2020. A própria direção da ABI aponta como confortável um nível mais próximo das duas vezes.

Enquanto isso, os investidores podem dar adeus a payouts maiores. A Moody’s alerta: “Retornos mais elevados para os acionistas ou aquisições financiadas por dívida antes da companhia reduzir materialmente o endividamento podem levar a um novo downgrade“.