As ações da AB Inbev abriram em queda de 10% na Europa depois da companhia anunciar resultados fracos e cortar seu dividendo pela metade.

10089 ffa15928 519b 0039 1e5a f9640c8b3feaA redução nos proventos já era esperada pelo mercado, mas a magnitude ficou acima da expectativa: o Citi estimava que os dividendos caíssem 40% e a projeção do Jefferies era de um pagamento de € 2,35 por ação. A AB Inbev cortou os dividendos de € 3,60 para € 1,80 por ação.

O CEO Carlos Brito está tentando estabilizar o balanço após a compra da SABMiller, em 2016, ter aumentado o endividamento da InBev. A meta é reduzir a relação dívida líquida/EBITDA de 4,9 vezes para 2 vezes nos próximos anos – o que dificilmente ocorreria sem a redução do dividendo.

A estratégia é a mesma utilizada em 2008: um ano depois da Inbev comprar a Anheuser-Busch, o payout caiu de 70% para 30%.

Segundo a empresa, o payout menor deve economizar cerca de € 4 bilhões para o caixa, que serão usados para reduzir sua dívida líquida que já supera os € 100 bilhões.

No terceiro trimestre, as vendas da AB Inbev caíram em seus principais mercados, os Estados Unidos e Brasil, e o lucro ficou abaixo das expectativas do mercado. Os países emergentes  que respondem por cerca de 60% de seu lucro  desaceleraram.

O resultado da Ambev também ficou abaixo das expectativas, com um EBITDA 13% abaixo do consenso de mercado – o que deve pesar sobre a ação. Os volumes de cerveja vendidos pela empresa no Brasil caíram 3,1% em relação ao mesmo período de 2017, contra uma queda de 2,5% da indústria como um todo, sinalizando perda de share. A companhia teve ainda que dar uma baixa de R$ 573 milhões para contabilizar o impacto da hiperinflação sobre seus ativos na Argentina.

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