A Lojas Americanas precificou um follow-on de R$ 7,87 bilhões praticamente no ‘all-time-high’ de seu valor de mercado, demonstrando o apetite constante por nomes de varejo com um componente forte de tecnologia.

Foi a maior oferta primária de ações desde 2014 e a maior do setor de consumo e varejo no Brasil.
A oferta foi composta por ações ordinárias e preferenciais e foi precificada a R$ 29,78 para as ONs (LAME3) e R$ 34,50 para as PNs (LAME4), o que representou para ambas um desconto de 0,4% sobre o fechamento do dia anterior.
Ambos os papeis subiram forte durante o roadshow (LAME3 +13% e LAME4 +11%), o que permitiu à companhia exercer o lote adicional de 35%.

O book da oferta teve mais de 100 investidores e foi coberto em mais de 5x no preço da emissão, totalizando mais de R$ 20 bilhões em demanda institucional excluindo a oferta prioritária. Na alocação, investidores locais ficaram com cerca de 60%, enquanto os internacionais levaram o resto. Os 10 maiores investidores ficaram com 50% do book.

O acionista controlador — um veículo de Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles — acompanhou a oferta nas ONs, que saíram a um desconto previamente definido de 15,85% em relação à PN.  A participação do trio no capital total caiu de 40% para 38,3%.   Eles continuam com 60,82% das ONs, enquanto a participação nas PNs foi levemente diluída de 29,45% para 26,17%.
“O futuro dessa empresa é simplificar a estrutura e acabar com a B2W debaixo do mesmo guarda-chuva que a Lojas Americanas, como é no Magazine Luiza por exemplo,” especula um gestor que investe na empresa há anos.  “Os conflitos de interesse na gestão dos dois negócios estão cada vez maiores.  Por exemplo, a AME Digital pertence mais à B2W ou à LAME?  Eles tiveram que arbitrar lá, 57% para um lado, 43% para o outro, mas foi totalmente discricionário.”
Coordenadores: BTG Pactual, Itaú, Merrill Lynch, Goldman Sachs, Morgan Stanley, Bradesco, Santander e Safra.