As ações da Kraft Heinz estão caindo mais de 8% no after market desta quinta, após a empresa divulgar resultados bem abaixo do esperado.

A frustração desta vez não veio do lado da receita, mas da rentabilidade – sinalizando que a estratégia de corte de custos que consagrou a 3G Capital está se esgotando e que a empresa está precisando abrir mão de preço para conseguir tirar seus produtos da prateleira.

O EBITDA da Kraft Heinz caiu 14% no terceiro trimestre frente ao mesmo período de 2017. Nos Estados Unidos, o principal mercado, o tombo no EBITDA foi ainda pior, de 16%.

A receita cresceu 2,6% – já descontando variações cambiais – num dos melhores desempenhos desde que a Kraft e a Heinz se fundiram em 2015.  

Mas o aumento nas vendas veio à custa de cortes de preços e uma estratégia promocional mais agressiva nos Estados Unidos, num momento de pressão de custos nos insumos e logística.

“É um negócio que precisa de crescimento de receita”, diz um gestor. “A questão agora é: esse crescimento de receita virá a que custo?”.

As ações da Kraft acumulam queda de 28% neste ano. Desde a tentativa frustrada de aquisição da Unilever, a empresa já perdeu 40% do valor de mercado.

No começo de agosto, um investidor ligado à 3G vendeu pouco mais de 1,5% do capital da companhia num discreto block trade.