O Itaú BBA elevou sua recomendação para a Vale de ‘neutro’ para ‘compra’, citando o valuation barato da ação e mantendo um preço-alvo de R$ 95.

O papel negocia ao redor de R$ 83.

O analista Daniel Sasson disse que, depois da performance fraca da ação nos últimos dias, o risco-retorno ficou positivo.

“Agora vemos um retorno total aos acionistas de 25% para 2023: 15% de upside com base no fluxo de caixa descontado, e mais 10% de dividend yield,” diz o relatório. 

O Itaú vê a Vale negociando a 3,5x seu EBITDA estimado para este ano, abaixo de seu múltiplo histórico e com um desconto de 25% a 30% em relação às mineradoras australianas. 

Ao mesmo tempo, o BTG também também fez comentários positivos sobre as perspectivas de longo prazo da Vale. O banco disse que a ação é a sua preferida para se expor à tese de reabertura/aceleração da economia chinesa. 

“Também gostamos da entrada de um acionista de referência (a Cosan) no board da Vale e vemos a potencial monetização de base metals (esperada para o primeiro semestre) como um catalisador para destravar valor para os acionistas de longo prazo,” escreveu o analista Leonardo Correa. 

O BTG disse ainda que o management da companhia continua altamente disciplinado na estratégia de alocação de capital, com um crescimento baixo do capex.

Para o banco, boa parte da agenda de médio prazo vai ser centrada nos retornos aos acionistas. A estimativa do BTG é que a Vale vai pagar um yield de 12% a 14% este ano, incluindo os programas de recompra. 

Para o Itaú, a dinâmica apertada do mercado de minério de ferro deve persistir nos próximos meses dada a retomada das siderúrgicas chinesas. 

O banco revisou sua estimativa para o preço da commodity de US$ 105/ton para US$ 115/ton este ano. Para 2024, a estimativa passou de US$ 90/ton para US$ 95/ton.

“Antecipamos uma dinâmica de oferta-demanda apertada para a indústria pelo menos até o terceiro trimestre com uma adição de capacidade limitada pelas majors australianas; uma queda na produção das juniors australianas; e uma adição de capacidade menor que o esperado no Canadá e Brasil,” escreveu o banco.