A Infracommerce anunciou um aumento de capital privado para levantar pelo menos R$ 170 milhões para equilibrar sua estrutura de capital. 

A companhia fixou o preço da ação em R$ 5,01 na operação – um desconto de 35% em relação ao fechamento de ontem, de R$ 7,76. 

A liquidez da companhia tem sido uma grande preocupação do mercado nos últimos meses.

No segundo tri, a dívida líquida da Infracommerce aumentou para R$ 250 milhões – contra R$ 142 milhões em março. 

A maior parte da dívida está concentrada em bancos e vence em cinco anos. Segundo o executivo, o aumento das despesas financeiras, por conta da alta dos juros, vem apertando a liquidez da companhia. 

A Infracommece disse que os acionistas Engadin, que tem 10,4% das ações e é o veículo pelo qual a Iguatemi investe na empresa;  Compass Group, que em maio alcançou uma fatia de 10,3% da companhia; e Núcleo Capital, que tem participação inferior a 5%; além da Megeve Capital, family office da família chilena Solari, vão garantir o valor mínimo de R$ 170 milhões do aumento de capital. 

Esses investidores vão acompanhar a operação para não serem diluídos  e também ficar com sobras.  O aumento de capital poderá  chegar a R$ 400 milhões. 

Em comentário enviado a clientes, o BTG Pactual destacou que a Megeve não é acionista da Infracommerce e “aparentemente alguém está cedendo os direitos de preferência na operação”.

No segundo trimestre, a empresa reportou prejuízo de R$ 36,5 milhões, quase 400% maior do que o do 2T21 – além da alta de 600% na despesa financeira, que ficou em R$ 55 milhões;  as despesas comerciais e administrativas subiram 128% para R$ 117 milhões.  A Infracommerce ainda está integrando empresas recém adquiridas. 

A receita líquida foi de R$ 220,4 milhões, uma alta de 178% na comparação anual e com crescimento orgânico de 46%. O GMV dobrou no trimestre para R$ 3,1 bilhões. 

O crescimento da Infracommerce está ligado ao direct to consumer, em que a empresa cuida de toda a logística de venda e cobra um take rate.

A Infracommerce chegou à Bolsa em maio de 2021 com a ação avaliada a R$ 16.  Desde então, acumula queda de 51.5%. 

Além dos problemas de liquidez, a ação sofreu com questionamentos por conta de um plano de stock option