A coluna pede licença aos leitores para se desviar um pouco dos temas do dia-a-dia.
 

10119 a20dd369 5cc9 000a 0f9c 78e0c12e3535Deixe eu lhe dizer…

 

Ali vai o estadista

Na curva inesperada da História

Na presença exaltada do povo

Na ironia azeda da vida

 

O cordel faz luto,

o frevo fica em casa.

Choram o campo

e suas princesas.

 

Ali vai o político

Mas cultivem sua esperança.

Armazenem sua memória

onde guardam os brasões da República

 

É dessa fibra que são feitas nações.

 

Enterrem ali o terno, a gravata,

o sapato que correu o agreste.

Mas somente enterrem o sonho

quando o sertão virar mar.

 

Ali vai um pai de família

De olho azul, sorriso largo,

espírito leve.

Neto de Miguel,

pai de Miguel,

amor de Renata.

 

Os filhos perdem um pai

e ganham um País de irmãos.

 

Ali jaz um exemplo

Desses que transformam o mundo.

 

Abram espaço pro povo,

(este já está acostumado a sofrer).

 

Na República prostrada,

em meio ao pesadelo,

resta,

intacto,

o sonho.

 

Meninos, sua herança

são duas palavras:

em frente.

 

A dor escorre nas lágrimas

Mas só a perseverança constrói

o País que papai queria.