A plataforma de conteúdo gamer Final Level acaba de anunciar a aquisição da Nice House, uma outra plataforma de conteúdo dona de uma casa onde influenciadores digitais passam o dia produzindo vídeos para o TikTok (e ganhando dinheiro com isso).
A transação fortalece a presença da Final Level no TikTok e com a Geração Z e cria uma nova unidade de negócios dentro da startup.
A Final Level está pagando em ações por 100% da Nice House, cujos fundadores – Gustavo Meira, Mari Galindo, Victor Choi e Willian Amaral – vão se tornar sócios-executivos da Final Level.
“O TikTok é a rede que mais cresce desde o ano passado e está com um poder de influência muito grande na sociedade, principalmente na Geração Z,” Fernanda Lobão, a CEO da Final Level, disse ao Brazil Journal. “A grande motivação dessa aquisição é que eles [a Nice House] têm um know-how muito grande de vídeos curtos e dessa plataforma.”
A Final Level não abre o valor da aquisição mas diz que pagou um múltiplo de 4x a receita, em linha com os múltiplos de aquisições recentes de outras startups de conteúdo.
Segundo Fernanda, as duas empresas juntas esperam faturar R$ 50 milhões este ano, o dobro da receita pro forma do ano passado.
A transação vem um ano depois da Final Level levantar uma rodada de R$ 8,5 milhões que deu entrada a sócios da Atmos Capital, OutField Capital, Kaducaio Holding (de Kadu Cunha, um dos sócios da Granja Mantiqueira), e a sócios do BTG e da consultoria Visagio. A startup também tem entre seus investidores a Go4it Capital, a holding de Marc Lemann e César Villares.
De lá para cá, a Final Level expandiu seu negócio entrando em mais quatro verticais.
A startup começou em 2018 como uma espécie de hub de conteúdo para influenciadores do universo gamer: ela reúne vários influenciadores renomados numa casa, onde eles ficam produzindo vídeos e fazendo campanhas para marcas.
No ano passado, ela criou também um time de esports do jogo Valorant (chamado Gamelander); uma divisão de música em parceria com a Universal que coloca os influenciadores gamers para cantar (chamada Game Hits); um campeonato de Valorant em parceria com o streamer Rakin (chamada Copa Rakin); e uma arena de esports criada em parceria com a BR Malls (chamada XDome).
A Nice House será a quinta vertical da empresa. A startup tem um modelo parecido com o da Final Level: ela também reúne influenciadores numa ‘content house’ e ganha dinheiro com a venda de publicidade.
Mas há algumas diferenças.
“Na Final Level somos parceiros de negócios para criadores que já explodiram. Na Nice House eles pegam pequenos e médios criadores que sonham em viver de seu conteúdo e ajudam eles a se desenvolver,” disse Fernanda. “Para isso, eles fizeram audições nacionais, no estilo Big Brother mesmo, que tiveram mais de 30 mil inscritos.”
Outra diferença: o modelo da Nice House não é só baseado nos creators.
A startup também tem uma vertical de soluções para marcas, na qual cria estratégias de conteúdo baseadas em vídeos curtos para empresas como QuintoAndar e Mondelez.
“São marcas que querem se inserir e participar dessas conversas da geração Z mas que não têm essa expertise,” disse Fernanda.
A Nice House soma mais de 5 milhões de seguidores no TikTok. A Final Level tem 10 milhões divididos em todas as suas redes (Instagram, Youtube, Facebook e TikTok).