A Hotmart, uma startup que facilita a monetização de cursos online, recebeu um investimento do GIC, o fundo soberano de Singapura, e da General Atlantic, fontes próximas à transação disseram ao Brazil Journal.

Não estão claros nem o tamanho da injeção de capital nem o valuation, mas os dois fundos ficaram com 30% da companhia de Belo Horizonte, segundo as fontes.

10734 4de0afd6 84c3 b9ec c6ce b2c2f3cdf0c1A Hotmart oferece uma ferramenta integrada que permite a venda de cursos online, incluindo serviços de hospedagem, pagamento, segurança, customização e gestão dos alunos.  Cerca de 140 mil cursos online já rodam na plataforma da Hotmart, cujo faturamento cresceu cerca de 80% no último ano.

A empresa não cobra taxas de adesão nem mensalidades, e tipicamente fica com 9,9% do valor de cada venda.

Uma fonte familiarizada com aspectos da transação disse que os fundos decidiram pelo investimento porque “não encontraram um player no mesmo espaço com um negócio tão avançado em termos de escala quanto a Hotmart.”  Segundo esta fonte, a Hotmart estaria à frente de qualquer empresa similar americana.

Um total de nove fundos de private equity submeteram ofertas ao Credit Suisse, que coordenou o processo.

A empresa deve usar os recursos da rodada para contratar mais 600 funcionários até 2021 e acelerar sua expansão internacional.  Hoje, a Hotmart já tem 500 funcionários e presença física no Brasil, Colômbia, Espanha, Holanda e México, além de atender usuários em todo o mundo.

O mercado de educação online global fatura US$ 300 bilhões por ano, e tem se beneficiado de uma migração cada vez mais acentuada de negócios vindo da educação offline.

Fundada há oito anos por João Pedro Resende e Mateus Bicalho, colegas no curso de Ciências da Computação da PUC-MG, a Hotmart nasceu quando João Pedro começou a vender um livro digital e percebeu o quanto do processo poderia ser automatizado se existisse uma solução focada naquilo.

O investimento dos fundos pode ser considerado uma rodada ‘Series A’.  Em seu início, a Hotmart recebeu R$ 300 mil em capital semente do Buscapé e, dois anos depois, foi investida por Kees Koolen, o fundador do Booking.com, que desde então está no conselho da empresa.

Num perfil feito pela Endeavor, Mateus falou sobre o empurrão dado por Kees:

“A primeira pergunta que ele nos fez foi: ‘por que vocês não são globais?’ Nós falamos que queríamos, mas só dali a alguns anos porque os exemplos que tínhamos nos mostravam o quanto era difícil. E aí ele disse: ‘eu já fiz isso antes. Qualquer problema que tiverem pela frente, eu posso ajudar’,” rememora Mateus.