A Sanar, uma plataforma de educação medicina, acaba de levantar R$ 60 milhões numa rodada liderada pela DNA Capital — o veículo de investimentos da família Bueno, dona do Ímpar/DASA — e pela gestora Valor Capital, do ex-embaixador americano Clifford Sobel.

A Vox Capital e a e.Bricks Ventures, que já eram investidoras na empresa, acompanharam a rodada. 

A Sanar possui três produtos: o SanarFlix, que oferece conteúdos em vídeo e texto para alunos da graduação de medicina; o Residência Médica Sanar, um curso preparatório para a prova de residência médica; e o Yellowbook, um software que ajuda no dia a dia dos médicos generalistas (aqueles que atendem em pronto-socorros e emergências). 

O filé mignon é a preparação para a residência, um segmento onde o tíquete médio é maior e onde a Sanar compete com players como a MedCel, a plataforma online da Afya, e o MedCurso, um curso presencial que tem um market share de cerca de 80%.

Neste nicho, um dos diferencias da Sanar é cobrar um preço até dez vezes menor que o dos competidores. Enquanto eles cobram entre R$ 10 mil e R$ 25 mil por um ano de curso, a Sanar cobra em média R$ 2 mil. 

A assinatura do SanarFlix e do Yellow custa R$ 24,5/mês e R$ 99/ano, respectivamente.

A Sanar vai usar os recursos da capitalização para investir em tecnologia, melhorando seus produtos existentes e desenvolvendo novos — por exemplo, cursos de pós-graduação para médicos, cujo lançamento está previsto ainda para este ano. 

A startup também pretende entrar no segmento de ‘conhecimento continuado’ a partir de 2021.  

“Depois que o médico se especializa, a taxa de atualização do conhecimento médico cresce muito e começa a evoluir muito rápido, porque todo dia surgem novas descobertas,” o cofundador da Sanar, Ubiraci Mercês, disse ao Brazil Journal. “O médico precisa estar em constante atualização e queremos ajudá-lo com isso.”

E continua: “Cada etapa da vida do médico é um mercado grande e os players em geral ocupam apenas uma das etapas. Em quatro anos, queremos ser o primeiro player brasileiro a estar em todas as etapas.” 

Ele diz que 150 mil profissionais da saúde já compraram algum de seus produtos. 

A startup ainda queima caixa, mas isso acontece graças aos investimentos de longo prazo em tecnologia e em novas verticais, diz Ubiraci. “Se parássemos de investir, o negócio já parava de pé.”

O principal benchmark da empresa é a Amboss, uma startup alemã que opera nos Estados Unidos e levantou mais de € 35 milhões em capital com a mesma tese da Sanar: construir uma plataforma que acompanhe a vida inteira do médico. 

A Sanar foi fundada em 2014 em Salvador por quatro amigos: Ubiraci, Mauricio Cerqueira, Caio Vinicius Nunes e Leandro Pinto Lima. O único com background na área é Caio, formado em medicina.