Prefeito mais longevo do Rio de Janeiro, Eduardo Paes critica a criminalização “absurda” da política. “Não estou dizendo que não tem vagabundo. Mas é a política que vai dar a solução para os nossos desafios,” disse a Nilton Bonder neste episódio de The Business of Life.

Nascido em 1969, filho de advogado e professora, Paes cresceu na Zona Sul carioca e começou cedo na política. Aos 23 anos, recém-formado em direito pela PUC, foi nomeado subprefeito da Barra e Jacarepaguá — onde enfrentou ocupações irregulares, tragédias e ameaças de morte.

O caos virou combustível: tornou-se vereador, deputado federal e, em 2008, foi eleito prefeito do Rio pela primeira vez. Em 2020 voltou ao cargo no primeiro turno e, em 2024, foi reeleito para o quarto mandato.

Sua prova de fogo veio com os Jogos Olímpicos de 2016. No auge da Lava Jato, com governos paralisados e empreiteiras quebradas, coube à prefeitura segurar as pontas. “O presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, me ligava perguntando: ‘What’s going on?’ Eu respondia: ‘Don’t worry, everything ‘s gonna be fine.’ Eu enganando o alemão, tudo desabando aqui.”

Em 2017, Paes conheceu o setor privado: foi executivo da BYD para a América Latina. Mas quis voltar: “Não entrei para ter jatinho ou casa em Angra. Minha missão é transformar a cidade”, diz.

Aos 55 anos, defende o diálogo como forma de encontrar soluções para os problemas do País. “O Plano Real foi uma construção de consenso. A redução da pobreza e da miséria foram uma construção de consenso.”

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