Lutando para “virar” sua operação digital, a CVC está nomeando para seu conselho três executivos com forte background na área: Cristina Junqueira, co-fundadora do Nubank; Eduardo Pontes, co-fundador da Stone Pagamentos; e Deli Matsuo, um veterano de RH que já trabalhou no Google.
A chapa deve ser confirmada pelos acionistas na assembleia geral extraordinária marcada para o início de novembro.
Se eleito, o novo board da CVC terá quatro de seus sete membros com alguma expertise online: além dos três novos integrantes, o board já conta com Luiz Otávio Furtado, que foi por anos diretor de e-commerce do GPA e CIO da B3.
Cristina Junqueira talvez seja o nome mais conhecido. Antes de ajudar a fundar o Nubank há quatro anos, a executiva de 34 anos trabalhou no Itaú, no Unibanco e na área financeira do Magazine Luiza.
Além de seu background financeiro, sua maior contribuição para a CVC deve ser a expertise no relacionamento de uma marca com o público millennial (ela está à frente da área de marketing e operações do Nubank desde a fundação).
Matsuo foi diretor de RH do Google de 2006 até 2011, liderando a área na América Latina, no Japão e, por último, no Vale do Silício. Depois, passou pela RBS, onde ficou até 2014. Naquele ano, fundou a Appus, uma startup que usa ‘big data’ para desenvolver soluções para empresas entenderem melhor seus funcionários. Ele ainda é chairman da empresa.
Sua experiência deve ajudar a companhia a identificar e atrair talentos do mundo digital. Matsuo mora em Boston, onde lidera a área de RH da Celtra, uma plataforma americana de publicidade digital.
Eduardo Pontes é um dos fundadores da Stone e traz sua expertise em pagamentos digitais. Recentemente, deixou o cargo de CEO para se tornar o vice chairman da Stone, que está preparando seu IPO.
As nomeações vêm num momento em que a CVC foca em aumentar suas vendas online e enfrentar concorrentes como Decolar.com e Hotel Urbano, agora renomeado Hurb.
No segmento B2C, cerca de 15% dos bookings da CVC são feitos pela internet. No último trimestre publicado, a receita digital da companhia cresceu mais de 36%, frente a uma expansão de 4,5% nas vendas das lojas físicas.
A investida da CVC no digital começou em 2015 com a compra da Submarino Viagens. A empresa passou os últimos anos tentando o turnaround do ativo, e só ganhou tração recentemente.
A conversão de vendas (fatia dos usuários que entram no site e que de fato realizam alguma compra) cresceu 45% no segundo trimestre, na comparação anual; e o mix de vendas online – que no ano passado era de 92% passagens aéreas e apenas 8% pacotes e hotéis – passou para 78% e 22%, respectivamente. Na venda de pacotes, a empresa consegue uma margem maior.
Estão deixando o board da CVC os conselheiros Marilia Rocca, Eduardo Garcia e Pedro Janot, além de Guilherme Paulus, o fundador da companhia, afastado do cargo desde março após ser alvo de investigações da Polícia Federal.
Em janeiro de 2019, Luiz Eduardo Falco deixará o cargo de CEO, quando será substituído pelo atual CFO, Luiz Fernando Fogaça. Silvio Genesini, hoje vice chairman da CVC, presidirá o conselho até o fim do ano (na ausência de Paulus) e voltará a ser vice chairman em janeiro, quando Falco assumirá a presidência do conselho.
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