A Cosan reduziu sua participação na Vale, eliminando cerca de 10% de sua dívida na holding, mas disse que mantém uma visão “de longo prazo” com relação ao investimento na mineradora.

Ao longo da semana passada, a holding de Rubens Ometto vendeu 33,5 milhões de ações, o equivalente a cerca de 0,78% do capital da Vale.

Depois da venda, a participação da Cosan caiu de 4,92% para 4,14% – e, como resultado disso, a dívida líquida da Cosan deve cair dos R$ 22,8 bilhões reportados no final de dezembro para cerca de R$ 20,8 bi.

A Cosan mantinha sua posição na Vale tanto por meio de uma posição à vista quanto por meio de um derivativo – uma estrutura de collar financing – que foi liquidado com a venda da semana passada.

Além disso, a Cosan ainda tem outro derivativo – um call spread – que lhe permite aumentar sua posição na Vale em até 1,68% do capital.  Este call tem vencimentos em quatro parcelas a partir de novembro deste ano, mas a empresa já disse que não tem planos de exercê-lo.

A redução na participação da Vale é relevante porque boa parte dos dividendos de Raízen e Compass estão comprometidos para servir a dívida. Essa estrutura – que dá aos bancos financiadores ações preferenciais em Raízen e Compass – não está sendo alterada, mas a venda de parte das ações da Vale corta uma dívida que financiava o collar.