A ação da Braskem caiu 7% nesta sexta-feira depois que um banco sondou o mercado para aferir a sensibilidade de preço para um block trade de R$ 4 bi.
O tamanho da oferta coincide com a posição em Braskem PN que a Petrobras detém na companhia — e que está fora do acordo de acionistas com a Odebrecht e portanto livre para venda.
A Petrobras tem 75,6 milhões de BRKM5 que, com o papel cotado a R$ 54, valem R$ 4 bi.
A queda foi agravada porque, no dia anterior, um fundo comprado em Braskem havia enviado um Whatsapp defendendo a tese de que o papel ainda está barato, apesar da alta de 130% este ano.
A ação, que estava caindo há dois dias em meio a uma realização de lucros, acabou virando e fechando em alta.
Na tarde de hoje, os fundos que haviam comprado o papel ontem ‘vomitaram’ a posição quando a sondagem para o block trade se espalhou pelo mercado.
O estranho na sondagem do banco é que ela parece ter sido precoce. Como a Braskem reporta resultados dia 5, nenhum acionista do bloco de controle pode vender o papel antes disso. Agora, o overhang foi criado.
A sondagem acontece no momento em que há um processo de venda organizado da participação da Novonor (a velha Odebrecht) para um investidor estratégico — uma mudança de controle que, pelo estatuto da Braskem, gera direito de tag along para os demais acionistas da empresa, incluindo os detentores de PNs.
O papel fechou a R$ 52,50, e a companhia agora vale R$ 42 bi na Bolsa.