Depois da queda de quase 20% após o resultado desastroso do terceiro tri, o JP Morgan acha que o Bradesco ficou barato demais para ignorar. 

O banco está negociando a 1x o book value, o que “oferece um bom ponto de entrada, especialmente para investidores dispostos a aguentar esse ciclo,” escreveu o analista Domingos Falavina. 

O JP elevou sua recomendação para compra e revisou seu preço-alvo para R$ 21, um upside potencial de 44% em relação ao preço de tela.

A tese por trás da recomendação é basicamente um re-rating do múltiplo. O JP nota que, no passado recente, o Bradesco só negociou perto de seu book value em três ocasiões: durante a recessão de 2015-2016; no low da covid; e agora, após os resultados do terceiro tri. 

“Desde 2014, o Bradesco negocia numa média de 1,7x o book value, mas se ele retornar para a média de 2022 de 1,4x já teríamos um upside de 40% só com o re-rating,” escreveu o analista. 

Mesmo com a recomendação de compra, o JP reduziu suas estimativas para os resultados do Bradesco. O lucro de 2023 foi cortado em 5%, para R$ 27 bilhões, o que implica um ROE de 16%. 

Para o quarto trimestre, o JP está ainda mais pessimista, esperando um ROE de 13% por conta de provisões maiores. “Apesar do valuation ser atrativo, ainda vemos um curto prazo nebuloso.”

Para 2022, o JP espera que as provisões do Bradesco subam 69%, na comparação anual. Esse é o maior nível desde 2016 e acima do crescimento projetado para o Itaú (de 51%). “Mas vemos uma normalização em 2023, com crescimento de 6%.”