Ricardo Bottas, o ex-CEO da SulAmérica, será o novo CFO da Latam a partir de janeiro, num momento de recuperação da companhia aérea dois anos e meio depois dela sair do Chapter 11 nos EUA.
Bottas trabalhou mais de oito anos na SulAmérica, quatro como CFO e 2 anos e meio como CEO, deixando a empresa em março de 2023, depois da compra pela Rede D’Or.
Em seguida, assumiu como CEO da UnitedHealth Brasil e da Americas, a rede de 12 hospitais do grupo, ficando na posição até a venda da operação para o empresário José Seripieri Filho, o ‘Júnior‘.
Antes, Bottas havia sido CFO da PetroRio (hoje Prio) por três anos e meio.
A Latam disse que Bottas possui uma “sólida trajetória de mais de duas décadas na área financeira” e atuou em “papéis chave em auditoria, controladoria, tesouraria, planejamento financeiro, fusões e aquisições e relações com investidores, o que lhe permitiu adquirir uma visão abrangente das principais questões do mercado financeiro.”
O novo CFO vai substituir Ramiro Alfonsín, que estava há oito anos no cargo e liderou todo o processo de Chapter 11 da Latam nos Estados Unidos. Alfonsín deixou o cargo em novembro para assumir como diretor comercial da companhia aérea.
Bottas assume a área financeira da Latam num momento de melhora operacional da companhia, que passou por uma longa reestruturação nos últimos anos depois de ter saído da RJ em novembro de 2022.
A Latam tem dado lucro desde então, entregando um bottom line de US$ 301 milhões no terceiro tri e de US$ 705 milhões nos nove primeiros meses de 2024.
O endividamento também está controlado. A companhia tem uma dívida líquida de US$ 5,1 bilhões, uma alavancagem de 1,7x EBITDA.
No final do terceiro tri, a Latam disse ter uma liquidez de US$ 3,6 bilhões, o equivalente a 27,6% de suas receitas. Desse total, US$ 2 bilhões estão em caixa, e o restante em linhas de crédito rotativo ainda não utilizadas.
O guidance para este ano é entregar um EBITDAR de US$ 3 bilhões a US$ 3,15 bilhões e levar a alavancagem para entre 1,6x e 1,7x. Para o ano que vem, a projeção é fazer um EBITDAR de US$ 3,25 bilhões a US$ 3,6 bilhões, mantendo a alavancagem no mesmo patamar.
Com a casa arrumada, o desafio da Latam agora é acelerar o crescimento e ampliar seus mercados de atuação, uma fonte próxima à companhia disse ao Brazil Journal.
“Outro desafio é buscar que o preço da ação se recupere para refletir o bom momento da companhia, de liderança nos mercados onde atua e com fortes resultados,” disse esta fonte. “A oportunidade de recuperação do market cap é prioridade.”
A Latam vale US$ 8,19 bilhões na Bolsa de Nova York. A ação sobe 11% desde que a companhia listou novamente suas ADRs na NYSE depois de sair da Bolsa americana em 2020 quando entrou em Chapter 11.
