Muitos anos e polêmicas depois de investir na JBS, o BNDES começa amanhã a vender sua participação de 24,5% no negócio que a família Batista transformou na maior companhia de proteínas do mundo – com uma série de aquisições que continuam até hoje.

Num block trade que deve movimentar R$ 2,6 bilhões, o banco planeja colocar à venda 70 milhões de ações da companhia, o que equivale a 12% de sua participação total e a 2,95% do capital da companhia.

Na Faria Lima, bancos de investimento estão trabalhando agora à noite para submeter propostas de garantia firme ao BNDES no deadline de 8 a.m.

O banco de desenvolvimento pediu propostas com no máximo 2% de desconto em relação ao fechamento de hoje, de R$ 38,19.

O início do desembarque vem num momento em que as Bolsas mundiais enfrentam turbulência e o papel se encontra a menos de R$ 1 de seu high histórico, dando à JBS um valor de mercado de R$ 88,5 bilhões.

O comprador mais lógico para a posição do BNDES é a própria JBS, que tem um programa de recompra de ações em aberto de até 10% do free float.

O leilão deve começar às 10 horas, e, como é praxe nessas situações, o banco deve se comprometer a respeitar um lockup de 90 dias antes de fazer uma outra venda.