27 de abr, 2023
Ter uma regra fiscal sólida é um passo importante para o Brasil. Mas o que realmente faz diferença são as ações do governo e do Congresso: são elas que vão determinar se o país está, de fato, a caminho do equilíbrio fiscal. A análise foi feita por Sebastian Briozzo, head de riscos soberanos da América Latina na S&P, responsável por avaliar os fatores que influenciam a classificação de risco brasileira. “Existem regras fiscais muito boas que não são cumpridas, e países sem regra definida que cumprem suas metas fiscais”, diz.
Para Briozzo, o Brasil tem quatro pontos fortes centrais, que são levados em conta na definição do rating: o setor externo, a economia diversificada, as instituições e a política monetária – “que virou uma força com a independência do Banco Central” (na sua visão, os atritos entre governo e BC “não são graves”). As fraquezas são o lado fiscal e o crescimento econômico.
O baixo crescimento, aliás, “é o denominador comum da América Latina” atualmente. Ele lembra que a região está mais sólida do ponto de vista macro, mas evoluiu pouco na parte micro, em fatores que poderiam levar a uma expansão maior e sustentada do PIB.