Quando Jon Bon Jovi não está em cima dos palcos, o roqueiro de 57 anos dedica parte de seu tempo e fortuna à filantropia.
Em 2006, ele e sua esposa criaram a Jon Bon Jovi Soul Foundation, uma ONG que combate a fome e a falta de moradia nos Estados Unidos — e já construiu dezenas de casas populares no estado de Nova Jersey, a terra natal do cantor.
Seu mais novo sucesso: a Soul Kitchens, uma rede de restaurantes comunitários que oferecem refeições gourmet feitas com ingredientes orgânicos para pessoas carentes.
Fundada em 2011, a rede acaba de abrir seu terceiro restaurante na universidade pública de Rutgers-Newark, onde um em cada três estudantes tem dificuldade de pagar pela alimentação.
No cardápio, que inclui opções veganas, kosher e até pratos sem glúten, não há preços. Depois de comer, o cliente paga com uma doação ou trabalhando no restaurante — ajudando na cozinha, no atendimento a outros clientes ou no abastecimento da despensa.
A Soul Kitchen nasceu da cabeça de Dorothea Hurley, que é casada com Bon Jovi há quase 30 anos e conhece o cantor desde os tempos do ensino médio — muito antes dele sequer sonhar em compor hits como “Livin on a Prayer” e “Wanted Dead or Alive”.
O grande diferencial da rede em relação a outros restaurantes comunitários é que ela oferece o mesmo nível de serviço dos estabelecimentos tradicionais: as mesas são bem dispostas e arrumadas, as refeições são de qualidade e o atendimento, impecável.
“Dignidade e respeito estão sempre no menu, independente do status econômico e social de cada um,” Dorothea disse à CBS, repetindo o bordão da rede (“alimentar a comunidade com dignidade”).
Desde que surgiu, a Soul Kitchens já serviu mais de 105 mil refeições — 54% das quais foram pagas com doações.
Nos Estados Unidos, mais de 8 milhões de pessoas passam fome, enquanto uma em cada cinco famílias vivem na linha da pobreza ou abaixo. Por incrível que pareça, o número é maior que o do Brasil, onde 5,2 milhões de pessoas estão desnutridas.
Por aqui, há alguns projetos semelhantes ao de Bon Jovi.
No Rio de Janeiro, por exemplo, o Refettorio Gastromotiva usa alimentos que seriam jogados fora para preparar refeições gourmet oferecidas gratuitamente aos moradores de rua. O projeto foi uma iniciativa do chef italiano Massimo Bottura em parceria com a ONG carioca Gastromotiva.
Na Soul Kitchens, a missão de Bon Jovi vai além de alimentar quem tem fome.
“O real propósito desse restaurante é empoderar. As pessoas não vêm aqui com um senso de direito. Elas veem e se voluntariam porque sabem que precisamos da sua ajuda,” diz ele.
O roqueiro garante que ajudar o próximo dá a mesma satisfação que estar num palco rodeado por milhares de fãs.
“A melhor forma de se sentir bem é fazendo o bem.”
Toca mais uma, Jon.