A 3R Petroleum acaba de trocar parte de seu senior management – um movimento que busca dar mais agilidade à companhia em meio a resultados aquém do esperado na produção. 

O novo CEO será Matheus Dias, que até agora atuava como diretor comercial e de novos negócios na 3R. Matheus substitui Ricardo Savini, no cargo há mais de três anos. 

A empresa também criou a posição de diretor executivo de exploração e produção, que será ocupada por Maurício Diniz, um funcionário de carreira da Petrobras que está na 3R há dois anos como diretor de operações offshore

Rodrigo Pizarro, o CFO, continua no cargo.

Além de Savini, a companhia demitiu outros dois diretores estatutários: Jorge Lorenzon e Pedro Grijalba.

“A ideia é trazer um time mais focado em custo baixo e em aumentar a produção,” disse uma fonte próxima à empresa. “Com menos cabeça de companhia grande, e mais cabeça de companhia privada.”

Segundo a fonte, houve uma frustração do board e dos principais acionistas da 3R – a família Gerdau – com a lentidão do management na execução. A Gerval, o family office da família gaúcha, tem 11% da companhia. 

“Na PetroRecôncavo e na PetroRio, os caras estão entregando a curva de desenvolvimento à risca. Já a 3R ficou 30% abaixo,” disse a fonte. “E não é por um problema do campo. O número de perfurações, de intervenções foi bem aquém do esperado. Foi falta de agilidade em contratar sonda.”

Esse gap na execução fez com que a 3R negocie hoje com um desconto relevante em relação aos concorrentes. Enquanto a PetroRio negocia a US$ 12 por barril de reserva 2P, e a PetroReconcâvo a US$ 10,50, a 3R negocia a US$ 5,30.

“A companhia não estava entregando. Não tem outro motivo para ela negociar com um desconto tão grande,” disse a fonte.

Além da lentidão na execução, havia uma discordância entre o antigo management e os acionistas/board em relação às prioridades para o novo ciclo.

Enquanto a diretoria queria continuar fazendo aquisições, os acionistas e o board achavam que era hora de integrar os ativos e focar na execução.

Dentro da 3R, Matheus era um dos executivos que mais levantava a bandeira de que era preciso contratar sondas de perfuração e sondas de workover com mais agilidade – o que contribuiu para sua indicação ao comando da empresa.

Formado em engenharia de produção, Matheus teve passagens pela Promon Engenharia e pela Hidrovias do Brasil antes de entrar na Starboard em 2020. Foi para a 3R logo após o IPO.  

“Ele é um cara que conhece muito da indústria e conhece todos os detalhes dos ativos da 3R,” disse outra fonte.