As Magnificent 7 são há muito tempo os top picks dos gestores globais – e o trade da inteligência artificial trouxe grandes retornos para quem investiu nas Big Techs americanas.

Agora são as gigantes de tecnologia da Ásia que oferecem um maior potencial de upside, diz o UBS em um relatório produzido pelos estrategistas do Chief Investment Office da divisão de Global Wealth Management do banco suíço. 

Os analistas recomendam um portfólio com o que chama de as ‘Super 8’ – companhias dominantes em seus segmentos e cujas ações têm bastante espaço para andar.

“Acreditamos que seja um ótimo momento para montar uma posição para o rali da IA na Ásia,” afirmam os analistas.

Desde que foi criada em fevereiro, a carteira Asia Super 8 do UBS subiu 8,3%, de acordo com a CNBC. Foi um ganho um pouco acima dos 6,7% de valorização do índice MSCI Asia-Pacific.

“Com um crescimento sólido dos lucros e valuations atrativos em relação a outras tech globais, acreditamos que esses pesos-pesados de alta qualidade sejam uma alternativa em relação às Magnificent 7 dos EUA,” afirmam os estrategistas do UBS.

As ‘Super 8’ são as ações em que os estrategistas do banco depositam maior convicção como tese de investimento na região – e elas deverão “estreitar o seu gap de performance em relação às Magnificent 7 e superar a performance do restante da Ásia nos próximos 12 meses.”

A CNBC usou os dados do consenso de mercado apurados pela FactSet para avaliar o potencial de alta das ações indicadas pelo UBS.

O maior upside potencial é da sul-coreana Samsung, com alta de 25,6% em relação ao preço de fechamento de ontem. Na sequência aparece a chinesa Tencent, com 19,5%.

Outras asiáticas com bom upside potencial são a japonesa Tokyo Electron, de semicondutores, com uma alta potencial de 17,4%, e a chinesa Lenovo, com 16,8%.

Fazem parte também do grupo das ‘Super 8’ duas companhias de Taiwan, a TSMC e a Hon Hai (mais conhecida como Foxconn), uma de Singapura – a ASMPT, listada em Hong Kong – e uma da Índia, a Infosys.

Da lista do UBS, a única empresa com preço de tela acima do consenso é a Infosys.

Para o UBS, todas essas companhias estão bem-posicionadas para se beneficiar do ciclo de investimentos em inteligência artificial.

A Foxconn, por exemplo, deverá ter uma alta de 40% na produção de sua divisão de servidores para IA. Suas ações já subiram mais de 100% desde o início do ano.

A companhia é a maior fabricante do mundo de aparelhos eletrônicos e a principal montadora de produtos da Apple.

Os maiores riscos desse trade, segundo os analistas, são “regulações geopolíticas” na indústria de IA, excesso de investimento na oferta de produtos e serviços e a concentração dos clientes. “Muito do investimento é puxado pelas Magnificent 7,” diz o relatório.

Mas os valuations favoráveis e a perspectiva de crescimento nas vendas e nos lucros indicam que as “oportunidades de curto prazo superam os riscos,” diz o UBS.

O Brazil Journal convida gestores de ações globais a escrever sobre teses e posições de suas carteiras. Envie para globalstocks@braziljournal.com.