A ação do Grupo Pão de Açúcar (GPA) chegou a subir mais de 6% hoje depois que o bilionário colombiano que fez uma oferta pelo Exito fez uma visita ao Brasil.
Segundo o colunista Lauro Jardim, Jaime Gilinski veio conversar com os maiores acionistas do GPA e tentar convencê-los a se alinhar com ele na oferta pelo Exito.
Além do Casino, que tem 42% do capital do GPA, os maiores acionistas brasileiros da empresa são fundos do BTG Pactual, com 6,3%, os empresários Abílio Diniz e Michael Klein, que tem participações via swaps que o mercado especula estarem ao redor de 5% cada, e a SPX, que tem outros 1,75% do capital.
Outros acionistas relevantes são o Itaú, com 0,96%, e a Leblon Equities, com 0,74%.
Nas conversas, os acionistas do GPA deixaram claro que acharam a proposta de Gilinski baixa demais, não chegando perto de nenhum parâmetro objetivo de avaliação.
Gilinski respondeu que estaria disposto a aumentar a oferta, contanto que haja um engajamento da base acionária e da gestão do GPA na negociação, segundo uma fonte a par do assunto.
Em pelo menos uma conversa, Jaime disse a um investidor que — caso a oferta pelo Exito não seja aceita — ele consideraria fazer uma oferta por todo o GPA, dado o valor descontado que a empresa negocia na Bolsa.
Essa segunda opção, no entanto, seria mais custosa para o bilionário dada a robustez da base acionária do GPA.
Quando ouviram sobre essa opção, acionistas sinalizaram que estariam abertos a uma oferta, mas que o prêmio teria que ser muito alto para capturar o valor do GPA sozinho e do Exito.
Nas contas de um investidor, o GPA teria um valor justo entre R$ 6 bilhões e R$ 7 bilhões (depois do spinoff do Exito), enquanto o valor justo do Exito seria de cerca de US$ 1,5 bilhão (ou R$ 7 bi ao câmbio de hoje).
No início da tarde, a alta do GPA havia perdido força, com o papel subindo 4%. (Update: a ação fechou em alta de 10%.)
A visita do bilionário vem em meio ao avanço do processo de spinoff do Exito. Ontem, o Exito arquivou seu formulário 20-F na SEC, solicitando o registro público.
Caso a SEC aprove o arquivamento, o GPA ainda precisará da aprovação da NYSE para a negociação dos ADRs e das autorizações dos órgãos reguladores colombianos.
Com o avanço, o GPA atualizou sua expectativa para a conclusão do processo para a segunda metade do terceiro trimestre deste ano.