O divórcio entre a Acqua-Vero e a XP pode acabar em litígio.
Uma semana depois do escritório de agentes autônomos anunciar que estava deixando a XP para abrir uma corretora em sociedade com o BTG, a Acqua-Vero acaba de dizer que não vai cumprir o aviso prévio de 60 dias e está rescindindo o contrato com efeitos imediatos.
A Acqua-Vero está alegando “justa causa” na sua rescisão porque a XP teria “descumprido diversas regras da relação,” incluindo suspender seu acesso ao software de assessoramento dos clientes, o que a impede de operar.
Mas como toda história tem dois lados…. a XP tem sua própria versão dos eventos.
A corretora disse que enviou hoje uma notificação cobrando da Acqua-Vero uma multa por quebra de contrato. O valor: R$ 134 milhões, o dobro do que a XP disse que investiu para viabilizar a expansão da Acqua-Vero depois da fusão entre os dois escritórios que formou a empresa.
Segundo a XP, o contrato entre as duas partes previa o chamado ‘right to match’ — isto é, caso recebesse uma proposta de um concorrente, a Acqua-Vero teria que avisar a XP, que tinha o direito de cobrir a oferta.
Na notificação, a XP diz ainda que desde março “vem verificando comportamentos anômalos nos acessos às informações confidenciais de clientes nos seus sistemas, por endereços de IP ligados à Acqua Vero, que indicam o uso de robôs (crawlers) para a obtenção/cópia maciça de informações confidenciais confiadas à XP por diversos investidores atendidos pela Acqua-Vero.”
A Acqua-Vero diz que começa a operar na plataforma do BTG a partir de amanhã.
Já a XP disse que “pretende se valer da prerrogativa contratual de negociar com a Acqua-Vero [o ‘right to match’] visando à manutenção do seu vínculo com o Grupo XP.”