A morte em câmera lenta do jornal em papel continua.
 
O The Wall Street Journal decidiu acabar com suas edições impressas The Wall Street Journal Europe e The Wall Street Journal Asia.
 
10270 2d18b54b 709d 0024 0000 cd7c3a51216eA edição europeia deixa de circular hoje, e a asiática, daqui a uma semana.
 
Alguns mercados — como Tóquio — passarão a receber a edição norte-americana; outros não receberão nenhuma.
 
A mudança ocorre um ano depois da News Corp, a companhia de Rupert Murdoch que controla o Journal, lançar um projeto chamado WSJ 2020, que tenta reposicionar o jornal para plataformas digitais e mobile.
 
Os funcionários das edições descontinuadas foram realocados, e os repórteres e editores continuarão produzindo jornalismo para as várias plataformas.
 
O Journal começou a imprimir sua edição asiática em 1976, e a edição europeia era publicada desde 1983 (veja a primeira capa aqui).
 
Mas nos últimos anos, uma queda acentuada nas vendas no exterior e na receita de publicidade impressa — juntamente com o crescimento das assinaturas digitais — colocou as edições estrangeiras no vermelho, de acordo com o próprio Journal.
 
Segundo o Financial Times, a receita com publicidade impressa caiu mais de 20% em 2016 nos maiores grupos editoriais, e não há sinal de recuperação ainda.  Por outro lado, as assinaturas digitais estão voando.  No último ano, as assinaturas digitais do WSJ na Ásia mais que dobraram, e, na Europa, cresceram 48%.
 
Em novembro do ano passado, respondendo à queda de receita publicitária no papel, o Journal foi forçado a emagrecer sua edição americana.  Agora, três dias por semana, em vez dos três cadernos de sempre, o jornal circula com apenas dois. (Nestes dias, os cadernos ‘Business & Tech’ e ‘Money & Investing’ se fundem num caderno chamado ‘Business & Finance’.)
 
Naquele redesenho, o Journal também acabou com o caderno ‘Greater New York’, que Murdoch havia criado seis anos antes para tentar tirar leitores do The New York Times.
 
Em fevereiro, a News Corp disse que, pela primeira vez na história, mais da metade dos 2,1 milhões de assinantes do WSJ eram digitais (1,08 milhão). 
 
A redação global do Journal tem cerca de 1.300 repórteres, editores, fotógrafos, diagramadores e artistas gráficos.