A Bovespa deve abrir em forte alta nesta segunda-feira depois de Aécio Neves ter tido uma votação dramaticamente melhor do que o esperado no primeiro turno.
Vários investidores — incluindo grandes nomes do mercado — haviam jogado a toalha na última semana em face à força que a Presidente Dilma Rousseff mostrava nas pesquisas.
Vai ser uma segunda-feira de arrependimento para eles — e de ânimo redobrado para os investidores que querem mudanças na economia, principalmente um maior combate à inflação, gastos públicos mais disciplinados, e a retomada de uma agenda de reformas.
“A Bolsa estava precificando a possibilidade de nem haver segundo turno,” diz um gestor do Rio. “Agora as probabilidades do resultado final são outras.”
“Os gestores brasileiros erraram feio a leitura do fenômeno Marina,” disse o gestor de um fundo sediado em Nova York que viaja ao Brasil com frequência.
A mesma reação da Bovespa deve acontecer no câmbio: o real deve avançar contra o dólar nesta segunda, devolvendo parte dos ganhos da semana passada, quando o dólar chegou a 2,50.
Todas as atenções das mesas de operação estarão voltadas para a decisão de Marina Silva de declarar (ou não) apoio a Aécio. Mas as próximas semanas prometem ser voláteis. Depois de uma segunda-feira marcada pela euforia, o mercado deve colocar no preço o “choque de realidade” de que Aécio ainda tem muito trabalho a fazer antes de conseguir a vitória que realmente importa.
Foi um domingo eivado de simbolismo. O eleitor reduziu a estatura do PT nacional e tirou a família Sarney do poder no Maranhão depois de cinco décadas, mas, na matemática do mercado, o dia pode ser resumido assim: apenas sete pontos percentuais separam Arminio Fraga da cadeira de Ministro da Fazenda.