A ação da Via, a dona da Casas Bahia e Ponto, ficou sob pressão nos últimos dias depois da companhia chamar uma AGE pedindo o aumento do capital autorizado em 1,2 bilhão de ações — o que daria cerca de R$ 2,1 bilhões no preço de hoje.
A convocação da AGE foi feita na sexta à noite. Na segunda, o papel caiu mais de 7%; hoje, fechou em queda de mais 1,6%.
O mercado começou a precificar que a companhia fará um follow-on dessa magnitude, o que geraria uma diluição de 88% para os atuais acionistas que não participassem.
“Neste momento, dados todos as ‘moving pieces’ do plano de reestruturação e o risco de execução, a visibilidade é baixa para dizer que R$ 2 bi adicionais seriam suficientes para resolver os problemas da alta alavancagem da empresa,” escreveu o analista do JP Morgan, Joseph Giordano.
Uma fonte próxima à Via, no entanto, disse que não há nada decidido sobre um follow-on e que a empresa pediu o aumento do capital autorizado para estar “preparada para fazer uma oferta em algum momento.”
“Mas não precisa ser agora e certamente não precisa ser tudo de uma vez,” disse esta fonte, acrescentando que a Via não tem necessidade de liquidez no curto prazo, já que os vencimentos de dívidas acontecem só no ano que vem e só R$ 600 milhões são dívida no mercado de capitais.
“Até 2025 seria prudente fazer [um aumento de capital], dado que isso reduziria a alavancagem e melhoraria o lucro da empresa. Há vários méritos em fazer, mas no curto prazo não existe essa necessidade.”
A potencial oferta vem num momento em que o CEO Renato Franklin está começando a executar um plano de reestruturação que inclui demissões, fechamento de lojas e um novo direcionamento estratégico para a companhia.
A AGE, marcada para o dia 1 de setembro, vai discutir ainda a mudança do nome da empresa e do ticker do papel na Bolsa. A Via quer mudar seu nome para Grupo Casas Bahia e seu ticker para BHIA3.