A Via – dona das Casas Bahia e Ponto – vai começar a oferecer o ‘fulfillment,’ juntando-se ao Mercado Livre, Amazon e Americanas no restrito grupo de marketplaces que oferecem esse serviço a seus lojistas no Brasil.
No ‘fulfillment’, a Via vai armazenar o estoque dos sellers de seu marketplace, ficando responsável por toda a entrega.
Para oferecer o serviço, a companhia acaba de comprar a CNT, uma logtech cujo grande ativo é uma plataforma de tecnologia proprietária formada por um hub de integração com mais de 20 marketplaces e um ERP que permite ao seller fazer a gestão de estoque, contábil, de expedição e fiscal.
O ‘fulfillment’ dará à Via um controle maior de seu nível do serviço, com ganhos de escala no custo e tempo de entrega, bem como uma melhor experiência de compra – potencialmente aumentando o ‘lifetime value’ do cliente.
O valor da aquisição não foi revelado, mas a companhia fará um call com o mercado hoje cedo para discutir a aquisição.
A transação acelera o tempo de desenvolvimento da empresa: em vez de passar meses escrevendo os códigos dos novos serviços, a Via vai plugar os softwares da CNT em seu ecossistema de logística.
“Estávamos no processo de desenvolvimento do nosso fullfilment, e no meio do caminho encontramos a CNT, que endereçava todas as nossas necessidades,” o CEO Roberto Fulcherberguer disse ao Brazil Journal.
Segundo ele, o ‘fulfillment’ da Via terá dois diferenciais em relação aos serviços que já existem no mercado: será agnóstico (permitindo que os sellers usem o fulfillment da Via mesmo em vendas feitas em outros marketplaces) e permitirá que a Via ofereça também o chamado ‘full commerce’ – um serviço em que ela cuida não apenas da logística mas de toda a entrada do cliente no mundo digital, da criação do ecommerce até a gestão das vendas.
Nessa vertical, a CNT concorre com empresas como a Synapcom, recentemente comprada pela Infracommerce, e já atende clientes como Café Pilão, Goodyear, Gradiente, Cimed e Kraft Heinz.
A criação do fulfillment é mais uma ferramenta para a Via aumentar o engajamento e monetização de seu marketplace.
“O marketplace tradicional vive do ‘take rate’, mas isso não é tão rentável. A gente está tentando achar outras formas de monetizar o negócio, adicionando várias outras frentes de receita, como oferecer crediário, logística e serviço de publicidade,” disse o CEO.