A The Best Açaí, rede self-service de franquias de açaí e sorvetes, acaba de receber um aporte de R$ 80 milhões da Auster Capital, a gestora que tem o Opportunity como um dos sócios. 

Com 812 lojas em operação e outras 200 em implantação, a rede como um todo deve fechar 2025 com vendas de R$ 1 bilhão, e o plano do fundador é chegar à marca das 2 mil lojas até o final de 2027. 

Com o aporte, a Auster se torna um minoritário “relevante” da The Best Açaí. Este é o primeiro investimento de private equity que a companhia recebe, e os recursos irão financiar uma nova fábrica no Brasil, sustentar a expansão local e acelerar os planos internacionais. 

A marca hoje tem presença no Paraguai, com 15 lojas, e os recursos vão bancar a entrada nos Estados Unidos, com quatro unidades na Flórida abrindo no primeiro semestre de 2026.

A The Best Açaí está seguindo os passos da Oakberry, que começou sua expansão internacional com uma franquia em Orlando em 2018. Hoje a Oakberry tem cerca de 900 lojas – metade no Brasil e o restante em 50 países – e estima faturar R$ 1,5 bilhão este ano.

Ao contrário da concorrente, que oferece o copo montado pelo atendente, a The Best Açaí quer levar a experiência do buffet por quilo para o exterior: são 12 tipos de sorbet de açaí, acompanhados por 24 sabores de sorvete e mais 40 opções de toppings. 10 29 Sergio Kendy ok

“Queremos ser o Starbucks do açaí e sabíamos que sozinhos não seria possível. Por isso, precisávamos de um parceiro estratégico para nos ajudar no plano de expansão tanto no Brasil como no exterior,” Sergio Kendy, o CEO e cofundador da The Best Açaí junto com Matheus Bragatto e Mateus Queiroz, disse ao Brazil Journal.

Os três criaram a marca em 2017 em Londrina, quando estavam no último ano de engenheira civil na Universidade Estadual de Londrina. Tinham R$ 15 mil e um sonho.

“No começo, a gente não conhecia a cadeia do açaí, não sabia como ele era colhido. Éramos três jovens empreendedores que queriam vender açaí porque gostavam do produto,” lembra Kendy.

Em 2020, três anos após sua criação, a The Best Açaí já tinha 70 lojas, e os sócios eram facilmente encontrados na operação do dia a dia das lojas de seus franqueados. 

A expansão acelerada começou a partir de 2024, com a abertura de 300 novas lojas. Este ano foram outras 300 unidades incorporadas à rede. Hoje uma franquia da marca custa cerca de R$ 350 mil. 

Foi justamente em 2024 que a velocidade de crescimento da companhia chamou a atenção da Auster Capital, que tem R$ 1 bilhão em ativos sob gestão, incluindo participações na rede de academias Bluefit e na empresa de consórcios Ademicon.

“No mercado de franquias, existe o risco da expansão acelerada de uma rede acabar em produtos ruins ou lojas com baixo desempenho,” disse Pedro Hartveld, sócio da Auster. “Ao longo do processo com a The Best Açaí, a gente viu que eles foram crescendo e mantendo o same-store sales alto, tanto nas novas lojas como nas mais antigas.”

Considerado um superfood por seu alto teor de nutrientes e antioxidantes, todo o açaí que a empresa utiliza vem do Pará, comprado de cooperativas de produtores e de distribuidores locais que fazem o processamento da fruta. São 3 mil toneladas de polpa congelada que a empresa transporta todo ano para a fábrica em Londrina, onde são feitas as diferentes receitas que abastecem as lojas. 

Em março, a The Best Açaí vai inaugurar uma nova unidade industrial na cidade para fazer os chamados “recheios” – acompanhamentos, como creme de avelã, que entram nos potes de açaí e sorvete.

Mensalmente consumimos algo em torno de R$ 6 milhões só desses recheios. Ao verticalizar a produção, vamos aumentar a margem do negócio e ganhar diferenciação,” disse Kendy. Cerca de 12% do aporte será utilizado na conclusão desta unidade. 

No ritmo de expansão de hoje, a planta de açaí de Londrina comporta produzir insumos para uma rede com faturamento total de R$ 1,5 bilhão. 

A partir daí, os sócios avaliam ampliar a fábrica atual ou construir uma nova planta em outro estado, a depender das questões tributárias. Dos recursos levantados, R$ 35 milhões devem ser direcionados para esse objetivo.

“Apostamos muito no conceito do low cost ‘premium’, que tem percepção de valor agregado mas é acessível às classes B e C,” diz Hartveld, da Auster. “No caso da The Best Açaí, os sócios criaram um produto que vai bem em quase toda cidade brasileira, da metrópole a um pequeno município do interior.”

Para a operação americana, a companhia irá abrir duas lojas próprias e duas com super franqueados brasileiros já familiarizados com a operação. O custo de implantação lá é de US$ 350 mil.

A marca está testando novas receitas para se adaptar ao gosto dos americanos, que preferem versões menos açucaradas do creme de açaí. 

Enquanto no Brasil a frutinha amazônica virou uma opção de sobremesa ou lanche pós-treino, nos Estados Unidos o açaí entra principalmente no bowl do café da manhã.