A B3 acaba de anunciar a aquisição da Neoway, uma transação que adiciona uma nova vertical de negócios à Bolsa e vai ao encontro da estratégia da B3 de aumentar suas receitas recorrentes.

A B3 está pagando R$ 1,8 bilhão pela Neoway, uma das maiores plataformas de ‘big data analytics’ do Brasil, com mais de 500 clientes em diferentes setores.

11715 48c69405 a701 b875 a8a8 609a520c6f91Este é o maior negócio da história da B3 desde a fusão com a Cetip em 2017.

A B3 não pretende divulgar nem a receita nem o EBITDA da Neoway, mas disse que a empresa deve faturar R$ 190 milhões no ano que vem. O valor é uma fração da receita da B3, que deve faturar R$ 10 bi este ano.

A aquisição será paga 100% em dinheiro, e não fará nem cócegas ao caixa da B3 — mais de R$ 13 bi ao final do segundo trimestre.

Gilson Finkelsztain, o CEO da B3, disse ao Brazil Journal agora há pouco que a Neoway vem crescendo em torno de 15% a 20% ao ano, e que enxerga uma oportunidade de acelerar esse passo.

O plano da B3 é investir R$ 200 milhões na Neoway nos próximos cinco anos para alavancar as verticais de produtos que a companhia já tem — sales and marketing, compliance, análise jurídica, prevenção a fraudes e gestão de crédito — bem como criar novas soluções para o mercado de capitais.

A Neoway continuará operando de forma independente depois da aquisição, e todos os seus executivos sêniores devem continuar na empresa.

O negócio de hoje vem três meses depois da B3 fazer uma sociedade de R$ 600 milhões com a Totvs para criar a Dimensa, uma empresa que oferece soluções tecnológicas para o mercado financeiro e que opera no modelo de software as a service (SaaS).

“Queremos ter novos negócios que tenham mais receitas recorrentes e não sejam dependentes da quantidade de transações, ou seja, que não mudem tanto se o mercado negociou mais ou menos,” disse Gilson.

Segundo ele, a B3 continua interessada em aquisições, parcerias e negócios em data e analytics.

“Durante muito tempo, tudo que nasceu dentro da B3 foi feito 100% aqui,” disse o CEO. “Agora, estamos buscando outras formas de crescer: pode ser comprando 100% dos negócios, comprando o controle, ou comprando uma participação minoritária.”

A transação de hoje ainda precisa passar pela assembleia de acionistas da B3 e depende da aprovação do CADE e da CVM.

O Bank of America assessorou a Neoway, que trabalhou com os advogados do Bronstein Zilberberg Chueiri e Potenza – BZCP.

O Citigroup assessorou a B3. A Bolsa trabalhou com o Pinheiro Neto.

 

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